Malhação Conectados: 19ª Temporada


Com uma proposta totalmente inovadora, o seriado era lançado com um teaser um tanto quanto sombrio. Do nada, um número invadia a tela da Rede Globo e nada mais se falava. O tal número?!


Bem, a abertura ganhava um estilo mais escuro, talvez pra fazer jus à temporada. A música era "Todos" cantada por Macaco e Marcelo D2 - e sinceramente, pra mim parecia mais uma daquelas visualizações do Media Player:



A história se inicia com a chegada de Gabriel (Caio Paduan) no Rio, onde ele irá cursar História. Ele, assim como os amigos, curte investigar o desconhecido, como casos paranormais. Ele cria então o blog "Além da Intuição", onde vai apresentar relatos importantes sobre fenômenos desconhecidos. Seu blog começa então a receber casos de internautas, e Gabriel resolve ir investigar todos. Mas conforme ele começa a se dedicar a esses casos, sua sensibilidade fica mais aguçada e sua intuição mais à flor da pele. Ele começa a vivenciar diversas situações incomuns e em todas elas algo está presente: o número 1046. 

Antes disso, Gabriel chega na cidade e sai em busca de uma nova moradia. É quando ele descobre vaga na república de duas meninas. Mesmo sendo algo meio incomum, elas aceitam o rapaz, já que a outra moradora simplesmente foi embora sem dar notícias. Com o tempo, Gabriel acaba se envolvendo com uma das moradas, Cristal (Thaís Melchior), a princípio uma jovem simpática, sorridente e amiga de todos. 


Mas mesmo assim, algo incomoda Gabriel, que passa a ter sonhos estranhos relacionados com a ex-moradora da república. Ele então resolve ir a fundo para saber quem é a moça. Descobre que se trata de Aléxia (Bia Arantes), uma jovem, relativamente rica, que até o momento era uma pessoa normal. 


Mas depois da morte de seu namorado, Douglas (Pierre Baitelli), em um acidente de carro, sua vida se tornou um inferno e ela entrou em depressão. Tal fato tem a ver com seu sumiço repentino da casa das meninas. 


Poucos sabem, mas Alexia está vivendo na Comunidade dos Anjos, onde trabalha com jovens carentes, ensinando desenho e fotografia. Lá, ela conhece Moisés (Alejandro Claveaux), um morador da comunidade, que manda e desmanda no local. Alexia resolve então ir morar com ele, sem avisar ninguém. 


Além de Aléxia, quem sofre um baque com o acidente de Douglas é sua mãe, Laura (Letícia Spiller). 


Ela é divorciada e vive apenas com sua filha, a temperamental Débora (Juliana Lohmann). A garota vive se metendo em confusão por conta de gostar demais do vizinho, mas ele nem ter olhos pra ela. 


Seu vizinho é o mulherengo Betão (Lucas Cordeiro), que não quer saber de nada e apenas se dedica às artes marciais, onde acaba se tornando rival de Gabriel. 


Ele acaba se envolvendo com Michele (Giovana Ferrer), melhor amiga de Débora. Isso causa um tumulto na vida das duas amigas. Mas ao longo da temporada, Michele vai embora, por conta de sua irmã que não quer saber nada da vida. Ela acaba indo morar com os pais em outro estado. 


Quando Débora acha que o caminho está livre, surge Babi (Marcella Rica), a colega de apartamento de Cristal e Gabriel. Betão se vê perdidamente apaixonado pela moça e resolve até deixar a vida de mulherengo por causa dela. Mas Babi reluta em ceder ao romance, tanto porque acha Betão imaturo quanto pelo fato de não gostar tanto dele. Com o tempo, ele acaba conquistando a moça, mas o namoro dos dois não dura muito. 


Ela então acaba se envolvendo com Guido (Gil Coelho). Mas isso, depois que ele insiste em um relacionamento com Laura. Mas a diferença de idade se torna empecilho para os dois, não por eles mesmos, mas pela filha de Laura, Débora, que repudia a relação dos dois e sempre faz alguma coisa para que eles terminem. 


Além dessas tramoias da garota, ela acaba se aproveitando do "novo" meio irmão de Betão, Filipe (Pedro Tergolina). Aliás, a chegada do garoto causa certo alvoroço na casa de Betão, que mimado, estava acostumado a ser o único dono do lar e se surpreende em saber que o pai teve um relacionamento extraconjugal. Com o tempo, os dois vão se tornando amigos e diminuindo as diferenças. 


Filipe se apaixona por Débora, mas ela nunca lhe diz a verdade, fazendo com que ele acredite que tem alguma chance. Com o passar do tempo, ele vê que Débora só está usando ele e se distancia da garota. Apesar de tudo, Débora foi fundamental na adaptação de Filipe à nova vida no Rio. Ele realmente descobre o amor ao lado de Isabella (Bella Camero), que passa a ser uma rival de Débora, já que Filipe passa a deixar esta mais de lado em prol da primeira. 


O pai de Isabella é um cineasta famoso que quer fazer da vida de Gabriel uma série. Fabiano Duarte (Danton Mello) conhece Laura e começa a se envolver com ela, já que seu namoro com Guido foi terminado, graças às artimanhas de sua filha Débora. Bom, não que esse relacionamento com Fabiano seja o sonho de Débora, afinal, ela e Isabella acabam tendo de conviver mais do que o suficiente.


Mas, voltando à história principal, Gabriel então descobre um vínculo com Aléxia, através do número 1046. Não foi por coincidência que ele foi morar em seu antigo quarto. E depois que descobre a existência da garota ele não sossega enquanto não resolver o que existe entre eles. Na verdade, Aléxia chega até Gabriel através de seu blog. A garota manda um email relatando seus sonhos, que têm total ligação com os do blogueiro. Este é o primeiro ponto de encontro dos dois jovens, que vão passar a temporada se reencontrando. O ápice da trama é quando a namorada calma e doce de Gabriel, Cristal, se torna uma grande vilã e inferniza a vida dos mocinhos, juntamente com Moisés. Ela ainda inventa uma gravidez de Gabriel, para que ele fique com ela, e mantém a mentira até o final da temporada. Outro destaque na trama foi Natália (Carla Salle), irmã de Guido e estudante de jornalismo. Ao longo da trama, ela desenvolve um projeto na comunidade dos anjos.


Ela namora Ziggy (Felipe Haiut), o melhor amigo de Gabriel. A garota nunca gostou da amizade deles e começa a implicar mais quando ele passa a se envolver também com Babi e Cristal. Natália os considera fúteis e com tamanha implicância, o relacionamento deles começa a degringolar.


Ao longo da trama, Natália se apaixona por Moisés e se torna uma pseudo-vilã, capaz de fazer qualquer coisa pra separá-lo de Aléxia. Mas seu relacionamento principal na trama é com o pai de Betão e Filipe, Nelson (Kadu Moliterno). A diferença de idade se torna uma grande barra para os dois enfrentarem, além do preconceito das pessoas de fora e do receio dos próprios filhos. Ao final da temporada, ela termina grávida do amado.


Quanto ao Ziggy, ele cria uma paixão platônico por Débora, mas ela não quer nada com ele, a não ser ter sua tão desejada "primeira vez". Depois que consegue, ela nem dá mais bola pro garoto. Ao longo da história, Débora atrapalha os relacionamentos da mãe, não aceita ser trocada por Michele e Babi, até que conhece Jefferson (Douglas Sampaio), um pagodeiro da Comunidade dos Anjos. Mas ele mente para Débora que é rico, por estar apaixonado por ela.


Quando ela descobre que ele é pobre, ela pira e começa a se tornar rebelde. Nesse momento ela começa a se envolver com o pitboy Bernardo (Antônio Fargoni), e juntos eles aprontam todos no colégio. Ao final da temporada ela assume que é apaixonada pelo pagodeiro e os dois ficam juntos.


Curiosidades: Os blogs "Além da intuição" e "Nós online", criado pela personagem Natália, existiram na vida real. E 13 personagens tinha avatar em uma rede social fictícia, quando algum deles postava algo na série, podia ser visto na internet em tempo real. Foi o primeiro trabalho da autora Ingrid Zavarezzi -da TV paga - em algo maior na emissora aberta, que antes só havia escrito especiais. Foi a primeira temporada do seriado a retratar o realismo fantástico, além de ser a que teve maior número de cenários, até então. Passou por uma grande crise de audiência e a autora teve que contar com auxílio de pessoas mais experientes, como Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares. No dia 20 de fevereiro de 2012, segunda-feira de Carnaval, Malhação teve sua pior audiência desde sua estreia na emissora, há 17 anos - foram apenas 9 pontos.

Trilha Sonora: Não foi lançada comercialmente.

Y a mucha honra: Soy tu dueña


Sim, hoje tem novela inédita no "Y a mucha honra", tanto que ela ainda não tem nome certo aqui no Brasil - segundo comentários, será ou A Dona ou Sou tua dona. Foi transmitida no México pelo Canal de las Estrellas e produzida pela Televisa, de abril a novembro de 2010. 



A história principal gira em torno de Valentina Velarsos (Lucero), um mulher que leva uma vida aparentemente boa, dona de uma beleza indiscutível e de uma grande fortuna, ela tem o que muitas outras sonham em ter. 


Ela vive em um mansão na Cidade do México, com a tia Isabel (Silvia Pinal). Valentina perdeu muito cedo os pais, e sua tia que a criou como se fosse sua própria filha. 


Além da tia, Valentina abriga também sua prima Ivana (Gabriela Spanic), com quem se dá muito bem. Mas no fundo, Ivana só esconde um grande rancor e uma inveja enorme de Valentina, por conta do dinheiro que tem. 


Então ela cria um plano para se vingar de Valentina - apenas por ela ser bonita e rica -, contando com a ajuda de Alonso Peñalver (David Zepeda), seu noivo. No dia do casamento da protagonista, o noivo a deixa esperando no altar, arruinando sua vida. O plano de Alonso é fugir com Ivana, mas a vida dos dois acaba tomando rumos diferentes. 


A partir desse momento, Valentina se torna uma mulher amarga, fria e calculista. Se muda para a fazenda "Los Cascabeles", uma de suas propriedades. Quando ela chega na fazenda, ela encontra Rosendo (Sergio Goyri) abusando de Iluminada (Fátima Torre), uma de suas funcionárias. Valentina restabelece a ordem e acaba demitindo Rosendo. 


Eventualmente, ela o contrata como seu capataz, o que causa certo incômodo nas pessoas da cidade. Sem saberem que não é Valentina quem ordena os planos maquiavélicos de Rosendo, eles acabam apelidando a mulher de "La Víbora", sem ao menos ela entender o motivo. De repente, sua tia Isabel e sua prima Ivana chegam em "Los Cascabeles". Nesse momento, Valetina conhece José Miguel Montesinos (Fernando Colunga), seu vizinho e um rico proprietário de terras.


Valentina quer comprar suas terras para expandir suas propriedades, mas José Miguel não quer se desfazer de sua fazenda. Esse se torna o estopim da novela, a disputa acirrada dos dois, que entre uma rivalidade e outra, se entregam à uma paixão fervorosa. As coisas só complicam mais quando os pais de José Miguel resolvem se mudar para a fazenda. Seu pai, Frederico (Eric Del Castillo) tem pouco tempo de vida e quer passar este restante em sua propriedade, fazendo com José Miguel se esforce mais ainda para não vendê-la para Valentina. 


Com o tempo, ela e José Miguel vão se entendendo e ela se vê apaixonada por ele, assim como sua prima Ivana. Mas ele só tem olhos para Valentina e os dois resolvem se casar, para desalento de Ivana, que se une ao capataz Rosendo para impedir o casamento. Então, quando José Miguel vai para a Cidade do México, os dois vilões contratam uma mulher para dizer a Valentina que teve um relacionamento com seu noivo e que eles têm um filho. Isso se torna o principal motivo para que ela acabe com os planos de casamento. Então, Alonso volta à história alegando que não volta para a capital sem o perdão de Valentina. Nesse momento, ele, José Miguel e até o capataz Rosendo começam a disputar o amor da "dueña". José Miguel sai na frente na disputa, mas Ivana não desiste do rapaz. Ela vai até a Cidade do México para tentar engravidar de um amigo seu, e voltar para a fazendo alegando que o filho é de José Miguel. Mas seus planos vão por água abaixo quando ela descobre que não está esperando filho algum. Ivana começa a enlouquecer depois de matar seu amante, Oscar (Cláudio Baez). 


Ela passa a enxergar o espírito do rapaz e, com o tempo, suas alucinações só pioram. Um dia, ela enlouquece e mata Benita (Ana Martin), a "nana" dela e de Valentina. Rosendo acaba sendo testemunha de ambos os crimes.


Ele não faz nada contra Ivana, e recebe uma proposta de Leonor Montesinos (Jacqueline Andere), mãe de José Miguel. Ela quer que ele sequestre Valentina, impedindo dessa forma o casamento da moça com seu filho. Mas José Miguel surge para salvar sua amada, e durante uma série briga com Rosendo, Leonor acaba confessando ao filho que seu pai, na verdade é Rosendo. 


O vilão foge para uma caverna onde ele mantinha Valentina, e todos acabam acreditando que ele está morto. Quanto à vilã Ivana, ela sabe que não terá como fugir por conta dos crimes cometidos, então resolve se enforcar. Durante o casamento de Valentina e José Miguel, Rosendo reaparece desfigurado, com uma arma, tentando impedi-los. Alonso acaba saltando para impedir o vilão e consegue segurá-lo, logo na sequência a polícia chega e Rosendo é preso. 

Curiosidades: É um remake da novela Domenica Montero, escrita por Inés Rodena, autora de sucessos que originaram A Usurpadora (1998) e Maria do Bairro (1995). A atriz Gabriela Spanic estava afastada da TV por um bom tempo, retornando como a vilã Ivana. No Brasil, a história original, citada anteriormente, ganhou sua versão na novela Amor e Ódio (2001), protagonizada por Susy Rêgo e Daniel Boaventura. Segundo notícias, o SBT irá transmiti-la em breve na sua grande, graças aos inúmeros fãs de Gaby Spanic no Brasil. 

Malhação: 18ª Temporada


Com o mesmo pano de fundo da temporada anterior - a diferença social dos mocinhos -, essa temporada trazia um tom mais colorido e popular para o programa. Abertura contou com a regravação de "Lourinha Bombril" dos Paralamas do Sucesso, na voz de Bangalafumenga:



Pedro (Bruno Gissoni) mora na periferia, trabalha como DJ nas horas, mas seu sonho sempre foi viver dessa profissão. Ele consegue entrar no Primeira Opção, graças à uma bolsa de estudos. Lá, conhece a rica Catarina (Daniela Carvalho), uma garota boa, mas sem as noções da realidade da vida, por conta da vida de luxo que leva.


Pedro trabalha para ajudar a pagar a mensalidade do irmão, Theo (Ronny Kriwat). Os dois têm uma ótima relação. Durante uma festa no parque, promovida por Catarina, Pedro vai tocar como DJ. Os dois se conhecem e começam a ter um caso.


Porém, tudo se complica quando Theo é acusado de agredir o irmão de Catarina, Fred (Bernardo Mesquita). Mas o irmão de Pedro insiste que não teve nada a ver com a agressão, que culminou em sequelas para Fred. Mas essa desconfiança acaba sendo o estopim para o término de Catarina e Pedro.


Mas esse acidente com Fred gera maiores consequências ainda. Antes disso, sua namorada Júlia (Dandara de Morais) lhe diz que está esperando um filho dele. Com os problemas, Fred alega que não se lembra disso, deixando a menina em dúvida. Então, ela prefere criar sozinha a criança.


Mas ela acaba contando com a ajuda de Artur (Pedro Van Held), seu melhor amigo, que no fundo sente algo maior por ela.


Bom, mas quem fica feliz com a situação do acidente de Fred é o ex-namorado de Catarina, visando a possibilidade de reatar com a moça. Ele é Eric (Duam Socci), um rapaz bonito e rico, que só tem olhos para a amada e não consegue ver que a irmão de Catarina gosta dele.


Duda (Nathalie Jourdan) é uma jovem skatista, alheia aos trejeitos femininos e não esconde de ninguém que não se importa com a opinião alheia. Ela gosta de Eric, mas nunca dá sinais disso, e acaba perdendo o garoto pra irmã, e mais pra frente, para outra garota.


A outra garota em questão é a cômica Joseane (Júlia Oristânio), uma "maria-chuteira" convicta que a princípio não tem olhos para Eric. Afinal, seu alvo é um jogador de futebol ou futuro astro na carreira.


O eleito para o coração dele é Maicon (Marcello Mello Jr.). Graças ao vínculo com o Clube Nacional, o garoto consegue entrar no Primeira Opção. Mas como ele sempre se dedicou mais ao esporte do que aos estudos, ele acaba sendo um fiasco no colégio.


No Primeira Opção, ele conhece a mimada Babi (Maria Pina), durante um momento em que o carro da garota estraga e Maicon resolve ajudar. Babi, acidentalmente, acaba fechando o capô do carro na mão do Maicon, que provoca uma fratura irreparável, prejudicando os planos de carreira do goleiro. A relação dele com Babi é complicada, seja pelas armações de Joseane ou mesmo pelo simples fato de que a garota rica não se vê em condições de se envolver com um cara pobre.


Enquanto isso, o casal principal tenta conviver em harmonia, apenas como amigos, já que o relacionamento entrou em crise pela briga dos irmãos. Os dois têm de conviver por terem que dividir o espaço da Caldeira, que Catarina visa como um bom ambiente para criar festas, enquanto Pedro vê como possibilidade de um lugar fixo para tocar. Diante do término dos dois, Pedro passa a se envolver com Ângela (Ana Terra), sua melhor amiga. Ela sempre teve olhos para ele, mais do que amigo, ela queria ser namorada de Pedro, mas ele nunca desconfiou disso e só depois que precisou de seu apoio que começou a enxergar algo a mais em Ângela.


Mas com o tempo, Pedro enxerga que seu grande amor mesmo é Catarina e rompe com Ângela, para sua tristeza. Ela, que também é DJ, se torna sua maior rival nas pistas. Mas o relacionamentos dos protagonistas sofre outro empecilho com a chegada de Raquel (Ariela Massoti), suposta filha bastarda do pai de Catarina. Ela passa a morar na casa deles, e se envolve com Pedro, roubando o namorado da meio-irmã. Mas a moça sofre de bipolaridade e entre uma crise e outra ela acaba sumindo.


Na verdade ela sofre pelo passado de abusos na mão do padrasto Rique (Lucci Ferreira), um bandido que se aproveitou da menina desde pequena. Depois de sequestrá-la, ele acaba sendo descoberto e tudo vem à tona.


Ele era amigo do grande vilão da história, Lúcio (Gabriel Chadan). O rapaz que fez com que Rique chegasse até Raquel, também foi o culpado por induzir a briga entre Fred e Theo, mas faz de tudo para que ninguém nem suspeite disso. Ele sempre gostou de Catarina, mas como ela nunca lhe deu chances, ele faz de tudo para arruinar sua vida, se passando pelo melhor amigo de seu ex-namorado, Eric.


Curiosidades: Novidade nessa temporada, foi a grande quantidade de cenas externas, muito elevadas se comparadas às temporadas anteriores. O autor Emanuel Jacobina volta a escrever roteiros, depois de sua primeira novela solo, Coração de Estudante, não ter tido grande repercussão; o autor foi um dos criadores do seriado, juntamente com Andrea Maltarolli, nos idos de 1995. Marcou o retorno do diretor Ricardo Waddington à frente do núcleo do seriado, afastado desde 2007. A audiência da temporada teve média similar à da anterior, em torno dos 19 pontos. Pela primeira vez, o colégio do seriado estava inserido mesmo em uma cidade, que sempre era mostrada para ilustrar a diferença social dos personagens.

Trilha Sonora: A trilha nacional não foi lançada comercialmente, apesar de ter várias canções brasileiras na temporada. Mais do que isso, as músicas eram inusitadas para o seriado, com sucessos do sertanejo universitário, como "Fugidinha" de Michel Teló, "Paga pau" de Fernando e Sorocaba e "Tá se achando" de Guilherme e Santiago, talvez a mais representativa delas. Confira aqui:
Quanto ao disco internacional - lançado pela Som Livre -, seus maiores sucessos foram os hits pop daquele ano, como "Teenage Dream" de Katy Perry e "Tik Tok" de Ke$ha. Mas o destaque maior ficou por conta do tema dos protagonistas, na voz de Double You, "Definitely Sure":


  1. Teenage Dream - Katy Perry
  2. Tik Tok - Ke$ha
  3. All in Hand - Lowrider
  4. Keep me in Mind - Little Joy
  5. Concrete Jungle - Diafrix
  6. Everybody Wants to Rule The World - Léo Mancini
  7. Better Days - John Nathaniel
  8. Eyes For Eyes - Tipo Uísque
  9. Definitely Sure - Double You (tema de Catarina e Pedro)
  10. Corner of my Street - Alain Clark
  11. Walkin' The Blues - Diesel
  12. Girls Can Rock - Lu Alone
  13. Fine - Tiago Iorc

Seu nome não é Helena.


Mais típico do que o Leblon nas novelas do Manoel Carlos, são suas Helenas. Mas muito além dessa fortaleza em forma de mulher, estão outras personagens do sexo feminino que, não só marcaram presença nas novelas do autor, como também mostraram sua fibra e determinação diante das tenebrosas tempestades pelas quais Manoel Carlos as obrigou a atravessar. Vou fazer meu melhor para tentar relembrar algumas dessas mulheres que destacaram na trama, mesmo sendo meras coadjuvantes.

Em Baila Comigo (1981), a trama principal era em torno dos gêmeos vividos por Tony Ramos, mas muito além dali, Manoel Carlos deu foco no preconceito racial, ainda um tabu naquela época. A personagem Letícia (Beatriz Lyra) tinha um relacionamento com Otto (Milton Gonçalves) em que, obviamente, existiria um beijo entre eles. O tal beijo causou tanto alvoroço em meio aos telespectadores que Beatriz Lyra chegou a ser hostilizada nas ruas do Rio de Janeiro. Mais do que dar vida à uma personagem de fibra, a atriz teve que mostrar pulso firme e enfrentar tudo e todos por conta do papel que foi um dos destaques da novela.  

Manoel Carlos passou bons anos sem uma outra Helena, que só viria a aparecer em Felicidade (1991). Mas antes disso, ele deu vida à uma protagonista que, mesmo fugindo à regra, se chamava Rachel (Irene Ravache) e não poupou esforços em enfrentar a todos para viver um grande amor. A novela em questão era Sol de Verão (1982), trama que consagrou o autor como "cronista da classe média do Rio de Janeiro". Rachel tinha um casamento sólido, e mesmo não parecendo muito satisfeita, ela permanecia naquela vida insossa ao lado do marido Virgílio (Cecil Thiré). Até que um dia, disposta a dar uma virada em sua vida mediana, ela se muda de Petrópolis, onde morava com a família, para o Rio, com sua filha. Lá, encontra o amor nos braços do mecânico Heitor (Jardel Filho), para descontentamento e crítica de todos. Seu romance com o rapaz não ganha o apoio, nem da família, muito menos dos amigos, que os veem com certo receio. Sim, ela enfrentou tudo por conta desse amor, que infelizmente foi interrompido por um fatídico problema de bastidor, a morte do ator Jardel Filho, que culminou no surgimento de um novo personagem para fazer companhia à Rachel.

Chegando então em Felicidade, onde todo o destaque se deu, merecidamente, à Maitê Proença, algumas personagens se mostrar irredutíveis perante as dores da vida. Como foi o caso da porta-estandarte da Mangueira, Tuquinha Batista (Maria Ceiça). A história da personagem foi baseada em dois contos de Aníbal Machado, e retratava seu amor pela zona norte carioca; mas muito além disso, seu final foi dramático e denso, sendo morta a facadas pelo ex-namorado. 
Na sua próxima novela, também no horário das 18 horas - como a antecessora -, Manoel Carlos abriu seu leque de universo feminino e nos brindou com mulheres intensas, determinadas, sofredoras, porém nunca submissas aos próprios problemas. História de Amor (1995) consagrou o autor e marcou sua passagem de volta ao horário das oito. Dentre tantos destaques da trama, eu escolho a vizinha e comadre de Helena (Regina Duarte), Marta (Bia Nunes). Ela tinha uma vida boa ao lado do marido e da filha e a atriz deu vida tão perfeitamente à personagem, que nos transmitiu aquela sensação de a conhecermos de tempo. No decorrer da trama, ela descobre ter câncer de mama e então, seu mundo parece desabar. O autor abordou magnificamente o drama tão vivenciado pelas mulheres, e na época, pouco abordado em novelas. Ela consegue vencer a doença, através de sua força e determinação.


Até então eu tinha citado apenas personagens bons, mas existem personagens com desvio de caráter - pra mim, novela de Manoel Carlos não tem vilões -, com grande determinação e que construíram juntos com os protagonistas as tramas perfeitas. A mulher de pulso firme escolhida em Por Amor (1997) é Branca (Susana Vieira), que não poupou esforços em fazer de sua família peças de um jogo de xadrez. Ela errou ao acreditar que o filho de seu amado Atílio (Antônio Fagundes) era Marcelo (Fábio Assunção), com isso, criou um vínculo indiscutível com o filho. Sendo assim, acabou se esquivando e mantendo um espírito sempre crítico com relação ao Leonardo (Murilo Benício), o verdadeiro filho do amante. Nunca poupou palavras de ofensa para este filho em prol de Marcelo, o mais querido dentre os três. Sim, tinha ainda Milena (Carolina Ferraz), que foi vítima dos planos da mãe para separá-la de Nando (Eduardo Moscovis), o namorado pobre da filha. Quer determinação maior do que essa personagem?! Talvez a segurança extrema - que causa sentimento ambíguo nos telespectadores- de Susana Vieira tenha feito da personagem alguém tão auto confiante, mas creio que esteja longe de existir personagem mais certa de si do que Branca Letícia de Barro Motta - e seu dry martini.


Assim como em Por Amor, Laços de Família (2000) também tinha sua Branca, denominada Alma (Marieta Severo). Ela era determinada e fazia de todos uma peça de jogo, mas ainda não acho que tenha sido a mais "pulso firme" da trama, a que enfrentou os maiores problemas da história e permaneceu de cabeça erguida até o final. Pra mim, essa foi Capitu (Giovanna Antonelli), que assim como a personagem do romance de Machado de Assis, ela parecia dúbia, nunca revelando a verdade por trás de seus olhos. Foi exposta a todos, quando Clara (Regiane Alves) escancarou em uma festa, que Capitu era prostituta. Mais do que isso, ela manteve um casamento em prol de uma melhoria de vida para o filho, e engoliu "sapos" graças a isso. Teve de abdicar de seu verdadeiro amor, Fred (Luigi Barricelli) em vários momentos e só ao final da trama, eles conseguiram ficar juntos. 
Bom, falar em Mulheres Apaixonadas (2003) e escolher uma mulher de fibra apenas é impossível. O autor se superou em criar tipos femininos, mas todos muito fortes e decididos. Ele retratou a agressão às mulheres, o homossexualismo feminino, câncer de mama, alcoolismo feminino, relação entre mulheres mais velhos e homens mais jovens, entre outros temas recorrentes ao universo das mulheres. E elas superaram em todos os sentidos a protagonista da história, muito bem vivida por Christiane Torloni, mas que não teve uma história tão intensa quanto às coadjuvantes. 
A sucessora Páginas da Vida (2006) já trouxe uma protagonista mais determinada, com uma história mais densa, ganhando destaque na obra. E assim como ela, a antagonista também tinha fibra suficiente para causar certo receio no público. Marta (Lília Cabral) era amarga, mas sempre manteve o foco no dinheiro, que tanto visou. Foi capaz de "vender" o neto, escorraçar a filha da própria casa e humilhar o marido durante toda a novela. Mesmo com seus contras, a personagem se tornou ícone dentro da trama.

E Lília Cabral novamente brilhou em Viver a Vida (2009). A personagem tinha tudo para ser mais uma mulher ressentida que não sabe lidar com o divórcio e sai pelas ruas soltando fagulhas em direção a todos. Mas ela não parou por aí, foi uma das mães mais relevantes da carreira de Manoel Carlos. Suas brigas com Helena (Thaís Araújo) foram para além de Marcos (José Mayer), refletiram a ânsia de ódio de uma mãe que viu sua filha perder a movimentação dos membros e como decorrência, ser desprovida de seu grande sonho como modelo internacional. Ela protagonizou cenas inesquecíveis ao lado da filha, Luciana (Alinne Moraes) e marcou seu lugar no coração de muitos telespectadores.
Sempre foi claro quem realmente é o sexo frágil das novelas do Manoel Carlos, os homens. Porém, além da mulher batalhadora que assume o papel de cuidar do lar e enfrentar grandes empecilhos da vida, ele conseguiu transmitir toda a delicadeza do sexo ao lidar com temáticas tão intensas e envoltas nesse universo. Mais do que meras personagens, elas conseguiram ser palpáveis, conseguiram se assimilar às nossas amigas, vizinhas, irmãs, primas e mães. Mais do que Helenas, errôneas ou certeiras, ele conseguiu criar retratos de mulheres que nós, homens, nos orgulhamos de dividir um lugar no mundo.