Dia das Bruxas: Os vilões sobrenaturais.


Hoje é dia das bruxas, se você já saudou aquela amiguinha com a piada mais velha (e medíocre) da face da Terra, venha ler mais um post alucinante e comemorativo. Como nem só de série norte americana vive o realismo fantástico, vamos relembrar os personagens sobrenaturais mais malvadinhos da ficção. Take care, existe gente virando pó, outra virando fumaça, enfim, tem pra todo gosto! Happy Halloween (e comemore o dia mais norte-americanizado do mundo)! Lembrando que vou citar apenas vilões, senão ficaria até amanhã relembrando todos. 

Vlad (Vamp)

Fonte: Memória Globo

Ney Latorraca deu vida ao vilão da trama de Antônio Calmon. Ele era o líder dos vampiros na novela que mais deu certo no gênero. Houve tentativa de uma nova versão anos depois, já que a figura do vampiro virou mania no início dos anos 90 por conta de Vamp, mas não deu muito certo como a primeira. Confira a cena em que vampiro do mal dança "Thriller" de Michael Jackson para "acordar" seus companheiros mortos.



Alexandre (A Viagem)

Fonte: Memória Globo

E quem aqui já não tremeu de medo de fantasmas?! Pois é, se você não teve medo é porque não se lembra do saudoso Alexandre, de Guilherme Fontes. O remake de Ivani Ribeiro deu super certo e a novela foi um dos fenômenos dos anos 90. Um dos responsáveis pelo sucesso foi o vilão Alexandre, que em forma de espírito, encorporava em vários personagens com o intuito de destruir a vida dos outros. Uma das vítimas do vilão era o ex-cunhado Théo (Maurício Mattar), que se tornou alvo da sogra, através de possessão do vilão da história.

Fred (Olho no Olho)

Fonte: Memória Globo

With laser é coisa antiga, nos anos 90 também, a novela Olho no Olho de Antônio Calmon não fez tanto sucesso, mas trouxe um vilão que, só com o olhar, era capaz de muitas maldades. A trama relatava a luta do bem contra o mal através de poderes paranormais que diziam respeito à uma luz que saia dos olhos. E os poderes do mocinho, vivido por Nico Puig, eram fortíssimos, causando receio na própria família. 

Altiva (A Indomada)

Fonte: Memória Globo

Adorada por multidões, Eva Wilma deu vida à uma das vilãs mais carismáticas da teledramaturgia. Sua jornada nem teve nada de sobrenatural, mas ela não poupou esforços em fazer maldades contra quem cruzasse seu caminho. Mas como estamos falando de uma novela de Aguinaldo Silva, óbvio que algo de sobrenatural teria de haver, e houve... Depois que morreu carbonizada, uma fumaça que subiu pelos céus de Greenville formava seu rosto e aos berros, bradavam as palavras: Eu voltarei! #sinistro

Bóris (O Beijo do Vampiro) 

Fonte: Mundo das Tribos

Eis a já citada "nova versão de Vamp". A novela que não teve tanta repercussão quanto a primeira, trouxe também um grande vilão, o vampiro vivido por Tarcísio Meira, Bóris. Dentre as maldades do vampirão, está a morte de Beto (Thiago Lacerda), marido de Lívia (Flávia Alessandra) e pai de Zeca (Kayky Brito), o verdadeiro herdeiro do mal.

Samira (Mutantes)

Fonte: Contigo

Sim, eu sou imparcial e vou falar da Recópia Record, mais precisamente da esdrúxula novela de Thiago Santiago. O autor que deu sequência à sua primeira "obra" Caminhos do Coração, volta na saga com o clichê das irmãs gêmeas, a boa e a malvada. Samira (Bianca Rinaldi) era a malvada da história, e mais do que isso, ela tinha a capacidade de absorver todo o poder dos outros mutantes para ela. #poderosa 

Zilda (Eterna Magia)

Fonte: Entretenimento R7

Cássia Kiss fazendo vilã é mais do que lindo, é absoluto. Agora, uma bruxa de verdade chega a fazer com que atinjamos o nirvana de tanto amor. Com cabelos brancos, baseado na vilã do momento, Miranda Priestly (Meryl Streep) do filme O Diabo Veste Prada, ela marcou a fracassada história de Elisabeth Jhin. Fez suas "mandingas" durante toda a novela e a punição foi a mais inusitada possível, ela simplesmente se decompôs, virou poeira. É pouco ou quer mais?

Naomi (Morde & Assopra)

Fonte: Memória Globo

Nem tão malvada assim, a robô vivida por Flávia Alessandra virou a chacota do horário das sete. E quando tudo parecia perdido, quando a verdadeira mulher havia retornado, ela resolve fazer a vilã e cometer maldades contra seu modelo original, inclusive um suposto enforcamento. Mas ela está na lista mais pela irreverência do que pela maldade em si, que ficou a cargo de Amanda (Carla Marins). 


Discoteca: Lana Del Rey


Com muito prazer, volto hoje com a Discoteca da Heleninha. Não é um mambo caliente, mas é um música que tem muito a ver com o estilo chuvoso feat. nublado do dia: Lana Del Rey. Na realidade, a escolha foi por conta de um vídeo engraçado enviado por Roberto A., a respeito de "Summertime Sadness", presente na atual trama das nove. Brincadeiras à parte, eu gosto muito da música dela e do estilo melancólico que ela usa. São apenas três canções em novelas, porém todas fizeram parte de novelas das oito (o horário mais cobiçado da TV brasileira) e foram em tramas sequenciais. Vamos relembrar esses sucessos dessa cantora que vem deixando sua marca na teledramaturgia nacional.

Seu nome verdadeiro é Elizabeth Woolridge Grant, e a bela tem apenas 27 aninhos. E a vida nem sempre foi fácil pra ela, que acabou se mudando para Londres em 2010 e trocando seu nomezinho de Lizzy Grant para Del Rey. Chegando lá, muitas gravadores não aceitaram seu trabalho e hoje deve estar arrependidas por isso, rs. A cantora ganhou popularidade após participar da sessão MTV Unplugged, na companhia de outros grandes nomes da música. Com o tempo, ela se firmou em um conceito que busca refletir a nostalgia norte-americana, através de imagens antigas em seus videoclipes, assim como um estilo próprio de se vestir, se maquiar e se pentear. O ápice de sua carreira veio com o disco Born To Die (2012), seu segundo disco de estúdio. Confira agora mais detalhes de Lana nas trilhas de novelas:

Canção: Video Games
Disco: Born To Die
Ano: 2012
Novela: Avenida Brasil
Na inabalável novela de João Emanuel Carneiro, Lana fez sua estreia. Sua canção embalou a temperamental Débora (Nathália Dill), que vivia um amor não correspondido por Jorginho (Cauã Reymond), e que graças a isso, não soube lidar com a "paixão" de Iran (Bruno Gissoni) por ela. A trilha internacional trouxe grandes nomes da música estrangeira, mas mesmo assim, Lana teve destaque dentro do disco. "Video Games" foi no primeiro single de Born To Die e acredite, sua inspiração veio de seu namorado, que jogava video game enquanto ela compunha e cantava. Além da trilha de Avenida Brasil, a música também embalou o primeiro episódio da série Ringer, nos EUA.

Canção: Ride
Disco: Paradise 
Ano: 2013
Novela: Salve Jorge
Na sucessora mal sucedida, Lana também teve vez. Ela foi tema da personagem sofredora Aisha (Dani Moreno), que vivia em busca de sua origens, de sua mãe biológica. A história da moça ganhou força no meio da novela, justamente quando entra a canção "Ride" na trama. A faixa foi lançada como primeiro single do, ainda EP, Paradise. Segundo críticos, Lana sai de sua zona de conforto do indie para o soul, sendo inclusive comparada à Adele. 
Canção: Summertime Sadness
Disco: Born To Die
Ano: 2013
Novela: Amor À Vida
Atual novela das nove, a história de Walcyr vem cativando o público por abordar temas de uma maneira politicamente incorreta. A canção entrou recentemente na trama e não está presente no primeiro disco internacional, já lançado. O que faz crer que será lançada uma segunda faixa internacional. Ao que deixou entender, será tema do relacionamento descontrolado de Félix (Matheus Solano) e Edith (Bárbara Paz). O videoclipe mostra uma triste história de amor entre duas mulheres, duas amantes. A esposa do diretor, inclusive, faz o par de Lana na trajetória.   



Dia do Funcionário Público: Os Aspones


Hoje é o dia do funcionário público, e como esse é um mal que pode acontecer em toda família - inclusive comigo -, vamos homenageá-los relembrando uma série que através de sátira representou bem o funcionamento público de um departamento em Brasília: Os Aspones. Escrito por Alexandre Machado e Fernanda Young, a série foi apresentada às sextas-feiras e teve direção de José Alvarenga Jr. 
A princípio, existem apenas três funcionários dentro da repartição FMDO - Fichário Ministerial de Documentos Obrigatórios. Caio (Pedro Paulo Rangel) é o mais velho do departamento, ele trabalhava na Casa da Moeda e depois da transferência foi parar no FMDO. Com o tempo aceitou sua atual situação num lugar onde não há nada para ser feito. É hipocondríaco e vive com crises de depressão. 


Moira (Drica Moraes) é aquela funcionária que tenta agradar a todos da repartição, mesmo que isso a prejudique um pouco. Ela tem uma baixa auto-estima e vive sonhando com um príncipe encantado. 


Anete (Marisa Orth) é a mau humorada da vez, já que depois de dois divórcios se sente mal amada. Entrou para o serviço público em busca de estabilidade financeira, que realmente conseguiu, porém em um emprego sem grandes oportunidades. Ela é a chefe do departamento, até a chegada do mais novo funcionário, que irá ocupar seu lugar. 


Tales (Selton Melo) entra com mãos de ferro na repartição, com o intuito de fazer todos saírem do "bem-bom" e colocarem as mãos na massa. Porém, não há nada para ser feito, já que com o tempo o FMDO foi perdendo o sentido. Tales chega acompanhado da estagiária Leda (Andréa Beltrão). Ela acredita que pode "consertar" as pessoas e muitas vezes, é a pessoa mais discreta do recinto. Tem um caso com Tales e por isso acaba não combinando bem com Anete, que também sente-se atraída pelo atual chefe. Entre uma briga e outra, os dois acabam se "atracando" pelos corredores da repartição. 


A partir do terceiro episódio, que recebeu o nome de "O Grande Dia", a repartição volta a ter utilidade pública. A primeira "vítima" é Rogério (Daniel Dantas), que vive sendo imprudente no trânsito. O chamado de comparecimento vem acompanhando de uma carta exigindo urgência. Anete acredita que o terror psicológico seja a melhor forma de resolver problemas desse tipo. Este é apenas o primeiro caso do novo formato de escritório público, o Falar Mal Dos Outros. Eles passam a perseguir os brasileiros que, assim como Rogério, cometem pequenas falhas, inclusive pessoas que jogam chiclete na rua. 
O personagem Tales tinha seus "pensamentos filosóficos" embalados pelas canções de Osvaldo Montenegro. O cantor gostou tanto que enviou um DVD seu para os autores se "inspirarem" mais na criação do personagem. Um dos grandes momentos da série foi com relação aos memorandos cifrados, que acabava sendo interpretado mal pelos funcionários. Um exemplo foi a PAL. SÓB. SEXUAL. LOCA. FIC. AGORA (Palestra sobre sexualidade. Local: Fichário. Agora). 
A série recebeu altas críticas dos servidores públicos, que se sentiram humilhados com a série. Em um dos episódios, um servidor do FMDO pergunto ao colega: _Você comeria em uma lanchonete onde os funcionários são efetivos? A questão foi um ponto forte na "auto-estima" dos funcionários que conseguem tal estabilidade empregatícia. 

Mini-Flashback: Estrela Guia


Hoje vamos relembrar uma novela curta que teve maior repercussão pela escolha da protagonista do que pela história em si. Exibida de março a junho de 2001, a trama teve apenas 83 capítulos e foi exibida às 18 horas, escrita por Ana Maria Moretzsohn. A novela tinha por objetivo fazer uma união da sociedade moderna consumista com as comunidades alternativas que visam o bem estar mental ao invés dos bens materiais. A abertura contava com a regravação de um sucesso de John Lennon, a canção "Imagine", que falava de um mundo melhor, crença das sociedades alternativas da época. Lennon nomeou sua canção como "antirreliogiosa, antinacionalista, anticonvencional e anticapitalista". O responsável pela versão foi o cantor Paulo Ricardo, a pedido da emissora. Confira:



Na década de 80, Bob (Marcos Winter) começa a se estressar com os altos e baixos da bolsa de valores e resolve passar um tempo nos Estados Unidos. Lá ele conhece Catherine (Maitê Proença), uma integrante de uma comunidade alternativa da Califórnia. Os dois se casam e voltam para o Brasil, onde resolve criar uma comunidade alternativa no interior de Goiás, que recebe o nome de Arco da Aliança. Os dois também assumem novos nomes para se estabelecer melhor no conceito espiritual do qual escolheram viver, ele passa a se chamar Hanuman e ela Kalinda.

Fonte: Memória Globo
Os dois acabam tendo uma filha, que recebe o nome de Cristal, escolha essa feita pelo próprio padrinho da garota, Tony (Guilherme Fontes), grande amigo de Tony/Hanuman.


15 anos se passam, Hanuman e Kalinda sofrem um misterioso acidente e a menina Cristal (Sandy), agora uma moça, tem de viver sob os cuidados do padrinho Tony, no Rio de Janeiro. Ela sempre teve receio de ir pra cidade grande, apesar de ser da vontade de sua mãe, para que pudesse colocar em prática os conhecimentos que adquiriu na comunidade. Sem muita opção, a garota se muda para a casa de Tony, que não via desde criança.


O maior empecilho na vida da jovem é a namorada de Tony, a mimada Vanessa (Carolina Ferraz). Ela passa a ter ciúmes da relação cada vez mais próxima de afilhada e padrinho.

Fonte: Memória Globo

Mais do que esse problema, Cristal e Tony ainda enfrentam o preconceito de muitos e as artimanhas da mãe dele, a inescrupulosa Carlota (Rosamaria Murtinho). Ela ajuda Vanessa nos planos  para separar o casal.

Fonte: Memória Globo

Vanessa tem uma filha do primeiro casamento, a complexa e rebelde Gisela (Thaís Fersoza). A garota odeia o estilo de vida da mãe e faz de tudo para bater de frente com ela. No fundo, ela esconde uma carência por conta da falta de carinhos da mãe. Ela acaba se tornando uma das melhores amigas de Cristal.

Fonte: Memória Globo

Se apaixona por Bernardo (Thiago Fragoso), que só tem olhos pra Sandy.


E como ele sempre foi muito mimado pelo pai, Mauro (Tarcísio Filho), por conta da ausência da mãe, ele sempre se acostumou a ter todas as garotas que quis. Porém, Cristal não vai lhe dar a mínima e com isso, ele vai ficar um pouco revoltado.

Perde também o amor de Gisela, que passa a se envolver com Santiago (Sérgio Marone), membro da comunidade Arco da Aliança. Eles se conhecem, quando ele se muda para o Rio para amparar Cristal nessa nova vida.


Ele também se envolve com Lalá (Christine Fernandes), sócia de uma produtora musical e ex-namorada de Tony. Ela descobre um segredo que Santiago esconde a respeito de sua facilidade com os instrumentos musicais e começa a explorar o rapaz.


No fundo, ela nunca manteve por ele um amor verdadeiro, já que sempre foi apaixonada pelo sócio Guilherme (Gabriel Braga Nunes). Juntos, eles formavam uma dupla de trambiqueiros, sempre visando explorar alguém. Uma das vítimas foi Cristal, que eles tentar transformá-la em cantora, por ela ter facilidade com seus mantras na comunidade.


Mas não foi só com Lalá que Santiago se envolveu. Sua amiga e colega de comunidade, Sukhi (Fernanda Rodrigues) sempre foi apaixonada por ele, mas ele nunca teve olhos pra ela. Sukhi era a melhor amiga de Cristal nos tempos em que morava juntas no interior de Goiás.


Ela era filha da fanática Su-Sukhan (Mônica Torres), que ao final da história descobrem estar envolvida na morte dos pais de Cristal. Ela alegava que o fogo iria purifica-los, por isso, induziu o acidente do casal.


Além de Su-Sukhan, outra vilã irá atrapalhar a vida de Cristal e os membros da fazenda Jagatah, onde está a comunidade, a perua Daphne (Lília Cabral). Ela descobre que existe um tesouro escondido no local e tem como planos botar as mãos na terra e de alguma maneira pegar esse tesouro.

Fonte: Memória Globo

Ela conheceu seu marido quando trabalhava de recepcionista em um congresso, do qual ele participou. Porém, mantém uma relação extraconjugal com o peão da fazenda Alaôr (Floriano Peixoto). Este, por sua vez, passa a ter uma relação selvagem com Vanessa, depois que ela se vê abandonada por Tony.


Daphne induz o filho, o playboy bonitão Carlos Charles (Rodrigo Santoro) a seduzir a jovem Cristal, se casar com ela e herdar a fortuna, que nem sabe o que vem a ser. Ele aceita os planos e passa a se envolver com a menina, se mudando inclusive pro Rio, juntamente com a garota. Chegando lá, ele se envolve com Gisela, que acaba se apaixonando perdidamente por ele. Mas antes disso, ele consegue atrapalhar um pouco o romance de Cristal e Tony.


O núcleo cômico da trama ficou por conta do casal André (Evandro Mesquita) e Luciana (Isabela Garcia). Ele se diz cansado da vida que leva na cidade grande e, quando descobre que a comunidade Arco da Aliança fundou uma filial na Zona Oeste do Rio, compra um trailer para passar os finais de semana lá. É pouco para a esposa, que é alheia ao estilo de vida no campo, se estressar. Mas ela o acompanha, mesmo assim, e chegando lá passa a se desentender com Su-Sukhan, que começa a dar em cima de André.


Ao final da trama, Su-Sukhan fica louca, assume ser culpada pela morte dos pais de Cristal e prende a moça em uma cabana, onde ateia fogo. Tony salva Crista, mas Su-Sukhan acaba morrendo queimada. 

Curiosidades: Ao contrário do que pensam, a novela foi curta por conta de uma experimentação em obras menores, não por problemas de audiência. Apesar do grande foco na cantora Sandy, vivendo sua primeira protagonista - além do seriado em que supostamente vivia ela mesmo -, os destaques na trama ficaram por conta de Lília Cabral e sua perua engraçada, Rodrigo Santoro e um rapaz mal caráter e Thaís Fersoza que demonstrou segurança em um personagem complexo. A fictícia Arco da Aliança foi baseada em uma comunidade alternativa de Pirenópolis, também no interior de Goiás. Foi a estreia de Sérgio Marone na TV Globo.

Fonte: Teledramaturgia e Memória Globo

Trilha Sonora: O disco contou com grandes nomes da música nacional e internacional. Sucessos da MPB como "Como nossos pais" de Elis Regina, "Quase Nada" de Zeca Baleiro se misturavam com hits atuais e versões contemporâneas de clássicos como "Por um triz" de Lulo e "Enrosca" na voz de Júnior (e Sandy).  As canções internacionais apelaram mais para o clássico como "Just the way you are" e  "Father and Son". Confira o tema de Tony e Cristal, "Amor de Índio", um dos clássicos de Roupa Nova.
  1. "Imagine" - Paulo Ricardo (tema de abertura)
  2. "Por Um Triz" - Lulo Scroback (tema de Gisela)
  3. "Just The Way You Are" - Barry White (tema de Vanessa)
  4. "Cristal" - Ithamara Koorax (tema de Cristal)
  5. "Enrosca" - Sandy & Junior (tema de Bernardo)
  6. "Oye Como Va" - Santana (tema de Lalá e Guilherme)
  7. "Quase Nada" - Zeca Baleiro (tema de Santiago)
  8. "Rebelião" - Skank (tema de Carlos Charles)
  9. "Um Girassol da Cor do Seu Cabelo" - Claudia Ohana (tema de Sukhi)
  10. "Father and Son" - Cat Stevens (tema de Mauro)
  11. "Pout-Pourri: Bailão de Peão / Na Aba do Meu Chapéu" - Chitãozinho e Xororó (tema de Daphne e Alaôr)
  12. "Vieste" - Lenine (tema de Tony)
  13. "Vâmo Embolando" - Banda Beijo (tema de Carlota)
  14. "Lá Em Mauá" - P. O. Box (tema de Andé e Luciana)
  15. "Amor de Índio" - Roupa Nova (tema de Tony e Cristal)
  16. "Retiens La Nuit" - Johnny Hallyday 
  17. "Vem para Mim (Run To Me)" - 6L6
  18. "Como Nossos Pais" - Elis Regina (tema do núcleo de Jagatah)
Foi lançada uma trilha complementar com o título de "Mantras e Bhajans", composta exclusivamente pelos mantras utilizados na novela. 


  1. Estrela-guia
  2. Hari Om
  3. Bhaja Sri Krishna
  4. Paz, Amor e Harmonia
  5. Alegria
  6. Gurudeva
  7. Espírito e Natureza
  8. Tu És Minha Vida
  9. Jaya Ganesha
  10. Os Quatro Elementos
  11. Canção do Swami Ram Tirtha
  12. Guru Sharanam
  13. Amrita
  14. Madana Mohana Murari


Uma joia a ser preservada.


Desde o meu ocorrido, há um mês atrás, pouco tenho escrito no blog, e quando se trata da atual trama das seis, ela quase passa despercebida por aqui. Então resolvi relatar o que tenho pensado a respeito da obra de Duca Rachid e Thelma Guedes. Eu não sou dos maiores fãs das novelas da dupla que vem surpreendendo o horário das seis. De todas que eu vi, a que mais me apeteceu foi Cama de Gato, e mesmo assim, pouco acompanhei da história. Com relação à Joia Rara, não ando muito diferente, pouco tenho acompanhado, levando em conta que a concorrência (mexicana) muito me apetece. Mas do pouco que assisto tenho percebido a perfeição da novela, com cenários impecáveis, figurinos indiscutíveis e trilha sonora invejável. A história em si parece clichê e sem muita criatividade, vide o caso da personagem Sílvia (Nathália Dill) vingando da família Hauser pela morte de seu pai - fato já explorado recentemente na unânime Avenida Brasil. Com isso, a história da vilã ficou ofuscada, assim como a trama principal, da encarnação do monge na menina Pérola (Mel Maia). As duas atrizes citadas têm dado um banho de interpretação, isso não podemos negar, mas foi algo que não cativou tanto quanto merecia ou parecia.
Os entornos da trama principal também parecem pouco chamativos para uma história que deve durar em torno de seis meses, como o caso de amor da irmã de Franz (Bruno Gagliasso) com o metalúrgico Toni (Thiago Larceda), que por mais amor proibido que haja na história envolvendo os dois, os tempos são outros e talvez haja a necessidade de uma maior movimentação em torno do casal. Mas o que torna a análise mais engraçada é que as cenas são tão bem feitas, que nos deixam inebriados diante de tamanha beleza. Quando a trama começou, muitos críticos diziam parecer mais um gênero cinematográfico do que de teledramaturgia, e eu concordo. Cenários inebriantes e uma história leve, com algumas pitadas de drama pesado e grandes conceitos históricos. E assim foi durante seu curto percurso na TV, causando uma das maiores e mais relevantes oscilações nos números da audiência. A novela conseguiu marcar míseros 12,7 pontos de média (sendo que ela chegou a dar apenas 9,8 em alguns momentos) em seu primeiro sábado, recebendo o título de menor audiência de uma novela das seis da Rede Globo, desde a estreia do horário - levando em conta que é o horário com índice mais baixo da emissora. Porém, alguns dias depois, a novela conseguiu bater seu próprio recorde de 25 pontos e fechou o primeiro mês com mais audiência que suas antecessoras, 20 pontos - contra 20 de Flor do Caribe e 19 de Lado a Lado.

Seja pelo estilo de sétima arte, mais ponderado do que o estilo que vem sendo adotado na teledramaturgia brasileira atual, que acompanha os modelos de séries norte-americanas; seja pela perfeição que vem sendo atingida na obra, eu creio que a novela das seis mereça ser vista com  mais atenção, mais dedicação e apreço. A trama traz grandes momentos de nossa história, como o término da Segunda Guerra Mundial e a revolta dos operários por melhores condições dentro de uma fábrica de fundição. O mesmo fato de descaso, ocorreu com Lado a Lado, onde a audiência não retratou bem a qualidade da obra que trouxe grandes momentos históricos para o horário e é considerada uma das novelas de maior cuidado da atualidade. Por isso, deixando de lado minha birra para com as autoras, eu lhes digo que minha opinião é que a novela é, literalmente, uma joia a ser preservada. Algo muito bem trabalhado, de muito valor, mas também muito delicada diante das euforias de Amor à VidaSangue Bom e até mesmo Pecado Mortal ou Chiquititas

A absolvição de Amora (e de outros malvados da ficção)




Quem acompanha Sangue Bom, já deve imaginar do que estou falando. Amora (Sophie Charlote) foi a personagem mais ambígua da teledramaturgia atual, nem ela mesmo sabia se era boa ou má. Em vários momentos se perdeu diante do amor que sentia por Bento (Marco Pigossi), algo que, por mais desvios que a personagem tenha sofrido, sempre pareceu real, credível. Mas ao mesmo tempo, a personagem não poupou esforços nas maldades para conseguir o amor de seu amado.
Mas a questão não é bem as maldades que Amora aprontou, mas o rumo que a vilã está tomando na trama. Os autores não se importaram em escancarar que são fãs da personagem, já que ela passou a novela toda "por cima". Seus planos sempre deram certo e só depois de muitas armações que seu amado Bento viu realmente quem ela era. Enquanto isso, a suposta mocinha Malu (Fernanda Vasconcelos) passou a trama toda sofrendo o "pão que o diabo amassou" nas mãos da irmã adotiva e da mãe, Bárbara Ellen (Giulia Gam). E quando tudo parecia ficar bem para o seu lado, ela agora vestiu uma carapuça de vingativa, com isso se tornando uma pseudo antagonista da história.


A absolvição de Amora veio por meio da doença da irmã, como a surtada Áurea (Mônica Torres) falou certa vez. Depois de ter sido desmascarada em frente a praticamente o elenco inteiro, Amora não viu outra opção senão perdoar o abandono da irmã no passado e se dedicar à ela e aos sobrinhos. Com um olhar quase angelical, a moça passou a cozinhar, a ser altruísta, a contribuir com as finanças da casa ao invés que de comprar sapatos e, por falar nisso, suas roupas também sofreram grandes mudanças. Há boatos que a doação de medula seria o ponto forte da absolvição da vilã Amora, porém isso não acontecerá, no próprio site da emissora há a alegação que a irmã da moça irá morrer, culminando num empecilho para a vilã regenerada; mas eu lhes pergunto: depois de tudo que ela fez, ela merece o perdão fácil assim?
Pois é, mas Amora não foi a primeira na teledramaturgia a mudar o visual e o comportamento e se tornar uma boa moça, depois de ter passado praticamente sete meses arruinando a vida de toda a novela. Dentro da própria trama, existe o caso de Fabinho (Humberto Carrão), que humilhou a todos quando descobriu que podia ser herdeiro de Plínio Campana (Herson Capri). Eis que um exame de DNA trocado mudou toda a história e ele se tornou bom moço, sendo inclusive o "humilhadinho" da vez. E isso se repetiu em muitas outras novelas (principalmente do horário das sete), como na fracassada Tempos Modernos com a vilã - que não convenceu - Deodora (Grazi Massafera), ou na mais bem sucedida Beleza Pura, onde o cirurgião plástico Renato (Humberto Martins) tinha tudo pra criar planos maquiavélicos com a Eu Sou Rica Norma (Carolina Ferraz), mas também falhou. Agora destaque mesmo para a regenerada das sete - para competir com Amora - vai para Bia (Priscila Fantim), a mimadinha de Sete Pecados. A intenção de Walcyr Carrasco era a mesma de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari (autores da atual novela das sete), criar uma mocinha destorcida, cheia de defeitos que iria ver que a vida não era bem do jeito que ela acreditava. No decorrer, com o auxílio de uma 'anja', a moça acaba se regenerando.

Mas caros leitores, esse recurso não é digno apenas de novelas das 19 horas, deu muito certo em tramas das 20 horas, como em Torre de Babel, em que Clementino (Tony Ramos) chegou causando furor, querendo se vingar do dono do shopping por sua prisão, mas conforme a trama foi se desenvolvendo, ele foi se tornando um homem menos amargo e rancoroso. Agora, o maior regenerado das nove vai para Marconi Ferraço (Dalton Vigh), de Duas Caras. Aguinaldo também usou do recurso de mocinho-vilão e até que deu certo, ele causou raiva e ao mesmo tempo comoção do público, tanto que no final, muitos torciam para que ele ficasse com a mocinha (vingada) Maria Paula (Marjorie Estiano).
Bom, eu lhes digo que peguei tamanha birra de Amora na novela das sete, que talvez esse fator esteja me cegando na hora de julgá-la, mas creio que muitos leitores concordem comigo. Afinal, depois de botar fogo na ONG da Malu, de trocar exames de DNA, entre outras armações, porque uma simples dedicação à irmã faria com ela fosse canonizada na novela?!

Os professores das novelas.


Bom, hoje é meu primeiro dia dos professores sendo um deles. Apesar de eu não estar exercendo a profissão nesse dia tão especial, hoje em dia sei dar o devido valor a esse profissional que consegue, mais do que trazer conhecimento, ensinar os alunos a se tornarem pessoas melhores. E para celebrar o dia, vamos relembrar os professores mais marcantes das telenovelas. 

Astromar (Ruy Resende) - Roque Santeiro

Mais do que um mero professor de jeito arcaico e correto, este se destacou na trama pelo simples fato de virar lobisomem em noites de lua cheia. Ele tinha um amor não correspondido por Dona Mocinha (Lucinha Lins) e tentava conquistá-la com sua educação impecável. 

Fábio (Nuno Leal Maia) - A Gata Comeu


Na trama de Ivani Ribeiro que fez grande sucesso nos idos de 85 trazia um professor herói e que todos queriam ter em suas salas de aula. Ele vivia um relacionamento conturbado com a mimada Jô Penteado (Christiane Torloni), mas sua relação com as crianças era ótima. 

Clotilde (Maytê Proença) - O Salvador da Pátria


Talvez uma das mais relevantes nessa história, a professorinha da novela de Lauro César Muniz teve um grande destaque, não só na trama, como em toda teledramaturgia. Ela é a responsável por ajudar o bóia-fria Sassá Mutema (Lima Duarte) a se livrar da prisão injusta; e com o tempo os dois começam a descobrir um amor puro e marcante. 

Caio (Antônio Fagundes) - Rainha da Sucata


Recém transmitida no Canal Viva, a novela de Sílvio de Abreu foi um grande sucesso. Mais ousado do que trazer personagens estereotipados, foi trazer o então galã Antônio Fagundes num papel diferente dos vividos por ele: um professor atrapalhado. Ele se dedicava tanto aos livros que sua vida sexual/afetiva praticamente inexistia. 

Pasqualete (Nuno Leal Maia) - Malhação


Nuno Leal Maia tem prática com a docência, pelo visto. Na temporada de Malhação onde surge um colégio, ele assume o cargo de professor de português - inclusive seu nome é uma alusão ao popular Professor Pascoalle. Logo depois ele assume a direção do Colégio Múltipla Escolha. 

Edmundo (Ângelo Antônio) - O Cravo e a Rosa


Atualmente no ar, todos percebem o contra-ponto que Walcyr Carrasco faz ao criar o professor poético e carinhoso em oposição ao atlético e mulherengo Heitor (Rodrigo Faro). Ele acaba se envolvendo com Bianca (Leandra Leal), numa das histórias mais românticas da trama - até porque era ao som de Sandy & Jr. 

Eduardo (Fábio Assunção) - Coração de Estudante


Numa novela com esse nome, o que não poderia faltar são professores, né?! Pois é, Edu era um excelente docente, que 'botava a mão na massa' e que não poupava esforços para ensinar da melhor maneira seus alunos. Além disso, ele era um ótimo pai, o que fazia a oposição ao outro professor da trama, o inescrupuloso Leandro (Marcello Antony). Ele abusava da própria aluna, além das tramoias para destruir a vida de Edu, que tinha o amor de sua ex-namorada e ainda era o mais benquisto na Universidade. 

Santana (Vera Holtz) - Mulheres Apaixonadas 


Nem só de bons professores vive o mundo, né?! Então vamos ter que falar de Santana, a professore de ensino religioso que nas horas vagas curtia uns bons drinks. Eternamente grava como uma das figuras alcoólatras mais icônicas das novelas, ela causou furor no horário nobre ao se expor de tal maneira diante dos alunos adolescentes. 

Raquel (Helena Ranaldi) - Mulheres Apaixonadas


Manoel Carlos resolveu explorar a vida em um colégio da classe média e com isso a figura do professor se tornou tão relevante na trama. Juntamente ao alcoolismo de Santana, outro tabu foi abordado, o caso da agressão contra mulheres e da relação entre professora e aluno. A escolhida foi Raquel, outro ícone da teledramaturgia - graças às raquetes. 

Mariquinha (Carolina Kasting) - Cabocla


Por falar em relação entre professor e aluno, Mariquinha era outra personagem que acabava se envolvendo com um dos seus. O tabu ali não foi pela relação propriamente dita, haja vista que eles tinham a mesma idade, mas foi mesmo a diferença de classes, já que Tobias (Malvino Salvador) era um mero peão da fazenda do pai da moça. 

Afrânio (Charles Paraventi) - Malhação

Nem só de Pasqualete viveu a série teen. Vários grandes docentes passaram pela trama, mas como não vou ficar relembrando cada um deles, foquei em um que foi destaque: o "show man" Afrânio. Ele fazia das aulas um show à parte, com encenações, brincadeira e palhaçadas, assumindo de vez aquela figura de professor enérgico de cursinhos pré-vestibular. 

Suzana (Carolina Dieckmann) - Três Irmãs


Carol Dieckmann de professora querida?! Pois é, isso existiu na novela de Antônio Calmon. Ela dava aulas de Geografia e todos os alunos a adorava, até porque Suzana era cool, surfista, descolada... Enfim, tudo que os alunos curtem! 

May (Camila Morgado) - América


Aquela professora que você não vê a hora de sair de sua aula (ou de atirá-la de um precipício). Ela era preconceituosa para com seus alunos estrangeiros, como era o caso de Rique (Matheus Costa), um aluno que não pensava duas vezes em criar problemas por seu comportamento mais expansivo. Não é a toa que a professora em questão era a vilã da trama. 

Josué (Anderson Di Rizzi) - Gabriela


A exemplo de Edmundo de O Cravo e a Rosa, este também fazia a linha poético, romântico. Mas diferente do outro, ele não era de todo correto, afinal se envolveu com Glória (Suzana Pires), uma mulher fogosa que era amante de um dos homens importantes da cidade.

Helena (Rosanne Mulholland) - Carrossel


Talvez uma das mais relevantes no universo infantil, a professora Helena ganhou nova cara e conseguiu manter o ar de "professora mais amada do Brasil" na versão tupiniquim de Carrossel. Na trama ainda teve vez o professor bonitão Renê (Gustavo Wabner), a professora invejosa Suzana (Lívia Andrade) e a professora esdrúxula Matilde (Ilana Kaplan). 

Aristóbulo (Gabriel Braga Nunes) - Saramandaia


Pode-se dizer que ele foi a segunda versão desse personagem que inspirou o Aristóbulo de Roque Santeiro. Vivido na primeira versão por Ary Fontoura, o professor culto que vira vampiro se tornou um dos ícones das tramas de realismo fantástico. 

Bom, como vocês viram, tem pra todo gosto essa lista. E que venham mais grandes docentes para a teledramaturgia continuar mostrando que ensinar é realmente uma arte e que independente do que lhes digam, exercer tal profissão é mais do que um simples feito, é uma dádiva. Quando, ao entrar na universidade, me apontaram como futuro professor, eu não pensei duas vezes em negar tal fato. A verdade é que por mais curta que ainda seja minha "carreira", eu posso dizer que me encontrei no ramo da docência, sou feliz e sinto falta daquela bagunça organizada dos alunos. Se antes tinha receio de falar que iria me tornar professor, hoje tenho orgulho de dizer que sou um. Tenho orgulho de saber que estou, de uma forma ou de outra, mudando a vida de tanta gente e ajudando a construir um país melhor pra se viver.  Feliz dia do professor!