Made in Brazil: This is NOVELA!


Como muitos já sabem - ou suspeitam -, esse que vos escreve é um ser viciadérrimo em novelas. Mas pelo visto não sou o único, afinal, observemos os números de audiência e veremos que a teledramaturgia é, de longe, o ponto forte da TV brasileira. A principal novela da Rede Globo atinge em torno de 40 pontos de audiência, levando em conta que cada ponto equivale a 60 mil domicílios, faça a conta (porque eu sou linguista e não preciso disso). Bem, mesmo com a dita crise, a emissora está no ranking dos maiores índices do mundo, haja vista que tão elevados números não são comuns em outros países, onde a concorrência é mais acirrada. Uma situação curiosa: há poucos dias, a novela Lado a Lado concorreu com a também global/brasileira Avenida Brasil na premiação do Emmy, e acabou levando para a casa o troféu. Tal fator só fez comprovar que os nossos produtos estão a frente até mesmo dos mexicanos - que nem entraram na disputa. Aliás, isso já nem é muita novidade, a partir do momento em que a Rede Globo passou a Televisa no Guinness como a maior produtora de novelas do mundo. Levando em conta que essa "produtora" é meramente nacional, e atrás dela ainda temos outros canais que transmitem novelas inéditas, podemos estar satisfeitos com a grande de nossa televisão. Além das inéditas, o país ainda sofre com o bombardeio de novelas mexicanas repetitivas, transmitidas pelo SBT, durante seu turno vespertino e com reprises de nossos próprios clássicos, exibidos pelo Canal Viva. 

Por falar em Viva, este canal vem atingindo grande repercussão e números dentro da TV por assinatura. A novela Água Viva, passou a ser o carro-chefe da emissora. Primeiro, porque é considerada o melhor horário dentro da programação - acredite, meia noite na TV a cabo tem seu valor -; segundo, porque a emissora lançou enquete para a escolha de tal novela, ou seja, ela está transmitindo o que o público realmente queria ver. Diferente dos transtornos que a Globo causa no público ao fazer suas escolhas esdrúxulas para o Vale a Pena Ver de Novo. Um outro fato curioso ocorre com Água Viva, novela original de 1980, ela consegue ser a maior audiência do horário na TV paga. Em suma, as telenovelas ocupam lugar de primor não só nas emissoras públicas, mas também nos canais pagos. Esse fator só serve como um "tapa de luva" na cara dos pseudo-intelectuais e "anti-populares" que ousam afirmar que novela é coisa de "gente sem cultura" e "pobre". Afinal, o que vem a ser cultura? Porque novela não é considerada um produto que transmita CUL-TU-RA? E porque o pobre no sentido pejorativo, afinal, com o dito "aumento da classe C" e graças ao relativo aumento financeiro da população nacional, assumir as contas de uma TV paga hoje em dia nem se torna algo tão relevante, muito menos digno de "pessoas ricas". Logo, antes de criar os pré-conceitos, é melhor analisar os produtos. A teledramaturgia nacional vai muito além das "histórias clichês", como muitos afirmam; elas retratam grandes momentos de nossa sociedade, sejam de época ou mesmo contemporâneas. Marcarão para sempre muitas pessoas, seja pela emoção, pelo alto teor cômico, ou mesmo por grandes mistérios. 

Amor à Vida: Onde estão os homens?


Não é de hoje que os homens só fazem “volume” nas novelas. Se de cara, as novelas de Manoel Carlos trazem uma gama de personagens femininos intensos, por outro lado, alguns autores conquistaram tal posto com o tempo. Gilberto Braga cria vilãs inesquecíveis; Aguinaldo Silva cria mulheres de fibra, que lutam pelos seus objetivos; Sílvio de Abreu cria mulheres frias, calculistas e requintadas; Glória Perez escreve para mulheres como ninguém – nunca entendi o tamanho amor de mami poderosa pelas novelas da Glorinha -; João Emanuel Carneiro criar mulheres rivais como ninguém; enfim, cada qual ao seu modo, intensificou o poderio feminino na tela da TV. 

O que não imaginávamos é que quanto mais intensas ficassem essas mulheres, mais “bananas” ficavam os homens. E desse mal, sofre Walcyr Carrasco ao dar vida aos homens de Amor à Vida. Se você não percebeu é porque é cego não acompanha a novela atentamente. Na cena de ontem, onde Paloma (Paolla Oliveira) flagra Bruno (Malvino Salvador) com Aline (Vanessa Giácomo) só fez causar revolta em nós, homens. Afinal, que mocinho é esse que não reluta para comprovar sua fidelidade, para mostrar que ele sim está sendo sincero, e não aquela “mulherzinha” que a Paloma mal conhece? Pois bem, Bruno nem titubeou para explicar o ocorrido; Paloma disse que não queria ouvir e ele obedeceu: ficou mudo! Agora troféu “homem panaca” da novela empata entre Eron (Marcello Antony) e César Khoury (Antônio Fagundes). O primeiro simplesmente cai na lábia de Amarilys (Danielle Winits) em todos os benditos capítulos. 

Se tem cena de Eron, Amarilys e Niko (Thiago Fragoso), pode apostar que é mais um momento em que a megera está inventando alguma lorota para passar por santa diante do “amado”. César sofre do mesmo mal – tanto que no dia em que ele se demonstrou satisfeito com a “mudança” de orientação sexual de Eron, só pensei: além de você compartilhar do mesmo título de pegador com o “ex-gay”, César, pode compartilhar também o título de mané -, sempre que pode cai nas ciladas de Aline. A diferença é que esta nem faz muito esforço para esconder seu interesse na fortuna do médico e patriarca da família Khoury. Chiliques, barracos e tudo que ela podia, fez, para conseguir a tal procuração que lhe desse amplos direitos nos negócios do marido. E hoje, o ex-presidente do San Magno vai superar todas as expectativas; ele vai acreditar piamente em Aline, duvidando dos dizeres da própria filha, Paloma, a respeito da traição da madrasta com seu marido. Sim, muitas vezes, nós telespectadores, nos vemos esbravejando e irritados diante de tamanha passividade dos moços da novela. 
E no que diz respeito à atual novela das nove, não são só esses rapazinhos que merecem serem chamados de “banana” não. O tal “milio” da Valdirene (Tatá Werneck) é chifrado na escadaria do próprio prédio. O fisioterapeuta Daniel (Rodrigo Andrade) é outro homem mané, que na hora de se casar com a Perséfone (Fabiana Karla), tudo parecia lindo e ele era o príncipe que defendia ela em todos os momentos. Foi só o tempo passar para ele abaixar a cabeça diante das piadinhas (sem graça) dos “colegas” de trabalho. E quando ela terminou com ele, o que ele fez? Tudo bem, então! ...

Outro que não podemos esquecer é o quase esquizofrênico Thales (Ricardo Tozzi). Ele era um brinquedo nas mãos de Leila (Fernanda Machado) e depois passou a viver à mercê de um espírito. O que ele fez pra se libertar da megera? Nada! O que ele fez para se libertar do espírito? Nada, mas encontrou outra mulher que, provavelmente, irá manipulá-lo. E pra finalizar nosso breve relato dos manés da novela, tem o homem das mil faces, Ninho (Juliano Cazarré). Ele foi o maior c*zão com Paloma, largando a moça em trabalho de parto num bar, mas isso foi só uma coisa ruim que ele fez, respondendo por seus próprios atos. Depois, ele foi novamente um boneco nas mãos da “amiga” Alejandra (Maria Maya) e do vilão Félix (Matheus Solano). Sequestrou a própria filha e no meio da situação parecia perdido, assim como enfiou o pé na jaca novamente com suas obras esdrúxulas que “fizeram sucesso” em Nova York. 

O que esperamos? Simples, que os homens tenham mais atitudes nas novelas. Afinal, esse não é um defeito exclusivo de Walcyr Carrasco – que já tá parecendo perseguição minha com o autor -, afinal, como já vimos existem grandes mulheres na teledramaturgia, mas poucos homens que façam frente a elas. Talvez um dos poucos autores que use e abuse dos tipos masculinos corajosos, raivosos, maquiavélicos, seja Walther Negrão – haja vista Igor Rickly dando um banho de interpretação como o vilão Alberto de Flor do Caribe. Que ele sirva de exemplo para grandes histórias com homens se destacando mais, porque merecemos um maior reconhecimento, rs!

Audiência versus Qualidade


Há alguns dias, li um post discorrendo a respeito da novela Pecado Mortal, exibida atualmente pela Rede Record. Confesso que nunca acompanhei por motivos do tipo: eu trabalho cedo e não posso ficar na TV até tarde, inclusive, estou perdendo Água Viva, pela mesma razão. Achei interessante a postagem sobre tal assunto, alegando que a novela tem vários ingredientes que são capazes de torná-la uma das melhores novelas exibidas atualmente - até porque com as novelas transmitidas, nem é muito difícil ser a melhor dentre todas -, mas mesmo assim, ela enfrenta uma audiência baixíssima. Bom, eu não escrever necessariamente sobre a novela de Carlos Lombardi, em sua estreia na emissora do bispo, mas citei esse assunto para intertextualizar com uma outra notícia que fiquei sabendo hoje: Melhor novela do Emmy 2013 foi Lado a Lado

Ok, a novela foi bem escrita, teve uma história muita bonita, mas o mais chocante foi que ela competiu com a também brasileira Avenida Brasil. Quem viveu em 2012, sabe muito bem do fenômeno que foi a novela de João Emanuel Carneiro, parando literalmente o país em seu último capítulo. Pois é, Avenida Brasil foi uma das novelas de maiores sucessos dos últimos tempos no Brasil e no mundo, mas nem por isso, foi considerada a "melhor novela" pelos jurados do maior prêmio da TV mundial. E porquê? Bom, ela era bem feita, dentro do que se propunha, mas estava longe de ser um primor de obra ficcional. Ao passo que a novela dos estreantes João Ximenes Braga e Cláudia Lage firmou como uma obra meramente histórica e com um alto teor de refinamento e cuidado em toda sua preparação. Maquiagem, figurino, elenco, trilha sonora e até mesmo a história, pareciam perfeitos. Daí você me pergunta: Avenida Brasil também não tinha tudo isso? Tinha, mas trazia elementos mais populares, mostrando sim, uma cultura nossa, mas que poucos lá fora sabem que fazem parte do país, sabem que aqueles momentos, aquelas cenas pareciam fazer parte da vizinhança da maioria dos brasileiros. Bom, se pensarmos assim, Lado a Lado também mostrou um Brasil real, de anos atrás, mas que retratou bem como era a sociedade da época. Tá, mas a novela de João Emanuel foi supervalorizada, mesmo levando críticas por sua comparação com a série norte-americana Revenge

E Lado a Lado? Bom, aqui ela foi considerada um fiasco, tendo inclusive uma péssima audiência. Tal feito demonstra que nem sempre audiência e qualidade caminham juntas. É angustiante e ao mesmo tempo, revoltante ver o menosprezo como a população trata uma obra tão impecável quanto à novela exibida às 18 horas. Eu optei por mostrar os dois lados de cada caso, para chegar à seguinte conclusão: Avenida Brasil já atingiu seu apogeu, mas o vencimento de Lado a Lado só fez mostrar que precisamos valorizar mais nossos produtos e que mesmo em uma busca desenfreada pela liderança, alguns autores e diretores optam pela qualidade. A novela das seis mereceu o prêmio por trazer uma obra que ilustrou um período importante de nossa história, que foi a aceitação nos negros diante de uma sociedade amplamente aristocrática e escancaradamente branca. E tudo parecia tão perfeito diante de tamanho primor ao abordar períodos históricos tão importantes, como a Revolta da Vacina. 

Mais do que uma novela histórica, Lado a Lado mostrava a luta pela liberdade e da aceitação. Mas não apenas do negros diante da sociedade, também das mulheres como Laura (Marjorie Estiano) e Isabel (Camila Pitanga) que tentavam impor seu estilo de vida independente, mesmo que isso lhes custasse muito caro. Em suma, é muito prazeroso saber que o Brasil está tendo seu valor em um produto que muitos "pseudo-cults" ainda olham com desdém e desprezo, mas que a cada momento percebemos mais o peso desse produto em cima de nossas cabeças. Sim, a teledramaturgia narra nossa história, faz parte de nossas vidas e se tornou um dos maiores marcos brasileiros no ramo televisivo. Antes mesmo de criticarmos ou falarmos se estamos de acordo ou não com a disputa e o vencimento de Lado a Lado diante de Avenida Brasil, devemos levar em consideração que de qualquer forma estamos ganhando. Porque todas as noites somos regados com obras prestimosas, que mesmo, às vezes olhando com certo receio, estão sendo bem feitas e estão aí, de graça, para quem quiser assistir, independente de idade, gosto ou sexo. Parabéns à Rede Globo e às emissores que dão o privilégio de podermos fugir para outros mundos, mesmo que por alguns minutos com trabalhos tão bem planejados. 

Além do Horizonte: Essa tal felicidade




Pelo visto - e pelos números -  a atual trama das sete não agradou. Quando se deram as chamadas, eu já esperava que ela não iria engrenar, afinal tinha uma proposta inovadora. Não trazia os clichês do horário, como núcleos cômicos (e surreais), e vinha com uma história um tanto quanto complexa. Mami poderosa mesmo, por vários dias, me disse: _Que novela estranha, não dá pra entender nada! E olha que ela tem anos de estrada no ramo da teledramaturgia. Por fim, tenho que concordar, a história é meio "anormal", se compararmos com a antecessora que abusou dos clichês. Hoje, porém, não estou aqui para discutir se o público gostou ou não, já que imagino a resposta, mas para mostrar que essa novela vai muito além de uma simples história de novela. A trama cabe muito bem nos dias de hoje, por tratar dessa infinita busca pela felicidade. Considerando tal "sentimento" como algo concreto, os autores quiseram mostrar como a sociedade de hoje vive em busca de uma mera satisfação pessoal, como pudesse ser feliz durante todos os momentos da vida. Sabemos que as coisas não funcionam dessa maneira, mas que atire a primeira pedra quem nunca quis ser feliz 100% do tempo! Então, creio eu, que a novela se passe num momento relevante da sociedade, já que estamos sempre colocando em pauta "o que vem a ser a felicidade?". Ao mesmo tempo que se trata dessa busca pela satisfação, vemos uma gama de personagens melancólicos, como se todos precisassem encontrar esse caminho, esse lugar misterioso onde se pode apalpar a felicidade. Heloísa (Flávia Alessandra) nunca compreenda os reais sentimentos da filha, é distante da mesma e parece que vive sofrendo por ter abdicado do amor de Thomaz (Alexandre Borges). Ele é outro que é amargurado por não ter vivido seu amor com a mãe de Lili (Juliana Paiva) e por manter o casamento com a bêbada entediante Inês (Maria Luísa Mendonça). Esta, por sua vez, não poupa em demonstrar sua revolta com o marido ao perceber que sempre foi a segunda opção dele. 

E o núcleo jovem não escapa dessa melancolia, afinal, Lili vive às turras com seus próprios sentimentos. Não sabe se acredita no pai, se ele é bom ou ruim, não sabe se gosta do Marcelo (Igor Angelkorte) ou de William (Thiago Rodrigues). E diante de tanta dúvida ela se torna temperamental, cabisbaixa. Rafa (Vinicius Tardio) também nunca engoliu o fato de ter sido abandonado por Paulinha (Cristiana Ubach), que foi em busca da tal felicidade. Ele então se tornou um personagem pesado, denso, tristonho e, claro, melancólico. Fugindo do núcleo central da trama, tem o delegado André (Caco Ciocler), que vive um casamento de aparência, afinal divide apenas o mesmo apartamento com a esposa, talvez por conta dos filhos. Mas muito além disso, o personagem é talvez um dos maiores exemplos de desânimo da novela. Eles nunca dão grandes gargalhadas, como era típico em Sangue Bom, e a própria novela traz um tom sombrio. Talvez esse fator seja uma dos pontos prejudiciais para a trama, mas mesmo assim, se torna interessante no sentido paradoxal do conceito. Afinal, uma novela em que se busca tanto a felicidade, trazer personagens tão melancólicos parece ser uma grande tática dos autores. 


Fonte das imagens: UOL, O Globo

Mini-Flashback: Beleza Pura


Escrita por Andrea Maltarolli e com supervisão de Sílvio de Abreu, Beleza Pura foi um grande sucesso das sete, graças aos personagens cômicos e à cena que iconizou Carolina Ferraz como "Eu sou rica". A novela foi ao ar de fevereiro a setembro de 2008 e teve direção de Rogério Gomes. A abertura contava com cenas de um instituto de beleza, elemento comum na trama, com a versão do grupo Skank para a música de Caetano Veloso, que tinha o nome da novela. Confira: 



Entre tapas e beijos.

Guilherme (Edson Celulari) é um famoso engenheiro aeronáutico que vive uma ótima situação financeira. Ele mora sozinho em uma cobertura e vive como se pudesse ter qualquer coisa/mulher que quiser. Ele trabalha na Singular Helicópteros, onde acaba por criar o espetacular Carcará, um helicóptero econômico, silencioso e com um design arrojado. Ele acaba por esbarrar com Joana (Regiane Alves) durante uma tempestade em Niterói, onde se passa a novela. A moça é uma dermatologista que valoriza muito o emprego por conta do passado sacrificado, já que foi órfã. Mesmo sem saber os motivos pelos quais foi abandonada, Joana vive em busca dessa nova mãe.

Fonte: Memória Globo

Ela contrata um detetive para ir em busca da tal mãe, descobre que ela é vizinha do tal Guilherme, com quem seu "santo" não bateu. Quando chega no apartamento o vê com os irmãos mais novos e ao tentar descobrir o que aconteceu, vem à tona a verdade: sua mãe morreu na queda do helicóptero construído por Guilherme. Mas nada disso é relatado no momento da descoberta, assim como, ninguém diz a Joana que sua mãe a abandonou mesmo, sem qualquer ressentimento. A relação de Guilherme e Joana vive conturbada por conta dos segredos que começam a vir à tona, como quando ela descobre que ele foi o "culpado" pela queda do helicóptero. 

Eu sou rica! 

A maior responsável pela queda do Carcará na verdade é Norma Gusmão (Carolina Ferraz) - a Eu Sou Rica! -, que sabotou os cálculos fazendo com que Guilherme acabasse na pior. Os dois eram colegas de faculdade, ele se interessou por ela, mas ela não quis nada, pois ele era pobre e bolsista. Com o tempo, ele se tornou um renomado engenheiro da Singular e a chamou para trabalhar em sua equipe. Norma sempre o invejou e não poupou esforços para destruir a carreira do rapaz. Da mesma forma ela mantinha um certo afeto por ele, fazendo com que a relação dele com Joana despertasse ainda mais o ódio de Norma. 

Fonte: Memória Globo

E não é só Norma a grande rival dos pombinhos da trama, Renato (Humberto Martins) é o eterno apaixonado por Joana. Ele é dono da clínica na qual a moça trabalha, mas nunca teve coragem de se declarar. Quando descobre que sua amada está namorando com Guilherme seu mundo cai e ele fica sem saber o que fazer. Com o tempo, ele encontra Norma e os dois juntos tentam separar o casal. 

Fonte: Globo

A tragédia do Carcará.

Fonte: Memória Globo

A queda do helicóptero construído por Guilherme é o grande estopim da trama. A aeronave sai com destino a Amazônia, onde cada passageiro tinha um objetivo em especial. Mas na verdade a maioria deles queria mesmo era encontrar os tais diamantes que permeiam a história. Dentre os tripulantes do helicóptero estava o médico Alex (Guilherme Fontes), que sempre priorizou o trabalho em relação à família. 

Fonte: Globo

Alex era casado com Débora (Soraya Ravenle), uma mulher dedicada ao marido e à filha. Depois da queda do avião, ela não sabe como lidar com a situação, já que seu marido a obrigou a largar o emprego quando ela engravidou. Eles são pais da mimada Fernanda (Monique Alfradique). Ela não leva desaforo pra casa e tem um problema enorme com sua colega de classe. O que ela não imagina é que essa colega, Luiza (Bianca Comparato), tão tímida e insegura virá a se tornar sua "irmã". 

Fonte: Globo

A mãe de Luiza, Márcia (Helena Fernandes) estava no mesmo helicóptero que caiu.

Fonte: Globo

Com a queda, seu marido, Eduardo (Antônio Caloni) começa a se envolver com Débora, já que ambos se consideram viúvos. Com isso, os dois passam a viver na mesma casa, o que se torna motivo de revolta em Fernanda e Luiza. 

Fonte: Memória Globo

Outro motivo de rixa das duas é o impulsivo Klaus (Rafael Cardoso). Ele foi praticamente criado sozinho, por conta dos comportamentos da mãe, mas mesmo assim nunca deixou de gostar dela. Apesar de suas crises de adolescente, ele é um bom rapaz e vive em dúvidas se fica com a bela, porém barraqueira Fernanda ou com a doce e discreta Luiza. Klaus é o filho mais velho de Sônia Amarante (Christiane Torloni), outra integrante do Carcará. Na verdade, Sônia teve uma outra filha no passado, que acabou dando para adoção. O que ninguém sabe é que ela fez isso para fugir das agressões de seu primeiro marido. A filha abandonada é Joana, que descobre a verdade quando Sônia é tida como morta.

Fonte: TorloniStar

Joana e Guilherme descobrem em meio às coisas de Sônia os papeis de uma empresa que ela pretendia abrir. Vão até o local e descobre o local totalmente acabado, só precisando ser inaugurado, que recebe o nome de Beleza Pura. Chegando lá eles descobrem apenas a presença de Felipe (Gustavo Leão), que foi contratado por Sônia para tomar conta do recinto. No decorrer da história ele irá se envolver com Fernanda e Luiza. 

Fonte: UOL

Outro passageiro é Matheus (Rodrigo Veronese), o mais pobre de todos. Matheus é um farmacêutico que vive desempregado. Por conta de viver em busca de um produto desconhecido, ele acaba sempre pondo os pés pelas mãos. 

Fonte: UOL

Ele é casado com Helena (Mônica Martelli), uma mulher forte e batalhadora que apoia o marido em tudo. Mas com o tempo ela vê que ele não conseguirá atingir seu objetivo, mesmo assim não consegue fazer com que ele "acorde para a realidade". Depois da queda do avião, Helena, sem muitas condições de sustentar o filho, assume o lugar do marido quando ele recebe um convite de emprego na clínica de Renato. Com o tempo ela e Renato acabam se envolvendo, mesmo sem ele saber que ela na verdade é uma mulher. O médico estranha a princípio, mas depois que ela assume sua real identidade ele passar por uma situação ambígua. Afinal, ela não é uma farmacêutica de verdade, logo o enganou todo esse tempo; mas ao mesmo tempo, ele fica feliz por ela ser uma mulher. 

Fonte: Memória Globo

E pra finalizar a tripulação está o empresário bem sucedido Olavo Pederneiras (Reginaldo Faria). Ele tem uma empresa no ramo de cosméticos e pretende iniciar um programa de TV, partindo para a Amazônia com esse intuito. Ele vive sozinho em sua mansão em Niterói e acredita que não exista no mundo nenhum herdeiro. 

Fonte: Ig

Isso faz com que seu advogado José Henrique (Bruno Mazzeo) passe a ser o maior interessado em seus negócios com sua morte. Ele acredita que com a morte de Olavo tudo passará a ser dele, já que sempre esteve presente na vida do milionário. Ele conta com o apoio da ignorante Sheila (Carol Castro), uma moça de origem pobre que não completou os estudos, fazendo com que ela solte palavras que nem se quer existem no vocabulário. 

Fonte: Globo

Sheila é motivo de vergonha da irmã Susy (Maria Clara Gueiros), uma mulher bem sucedida e requintada. Na verdade, Susy também era pobre e conseguiu chegar onde chegou graças a um golpe que deu um de seus maridos. Ela é a melhor amiga de Norma Gusmão, e a única que sabe das tramoias da vilã.Susy acaba se envolvendo com o melhor amigo de Guilherme, Raul (Leopoldo Pacheco). Ele sempre fora apaixonado por Norma, mas ela nunca teve olhos para ele, com isso, ele acaba se envolvendo com a melhor amiga da moça, gerando cenas engraçadas, já que o casal não consegue se dar muito bem, mesmo se amando muito. 

Fonte: Contigo

A vida de todos passa por uma reviravolta quando os cinco passageiros retornam para retomar o que lhes pertence. Márcia e Alex se tornam rancorosos, até porque Débora e Eduardo se apaixonaram e não pretendem mais se separarem. Matheus também tem de lidar com a perda da esposa para o Dr. Renato. Mas o maior dos problemas é gerado por Sônia, que chega no dia do casamento de Joana e Guilherme e pede para que a filha não se case com o engenheiro, pois ele é o culpado pelo seu desaparecimento. Mesmo sentindo muito, ela faz o que a mãe lhe pediu. 

Salão Belezoca

Atravessando a ponte e chegando no Rio, mais precisamente no bairro da Saúde, está o salão Belezoca, de propriedade da ex-chacrete Ivete (Zezé Polessa). Ela sempre batalhou duro para chegar onde chegou e seu maior sonho é abrir um salão na Zona Sul, por isso guarda todas as suas economias com o intuito de comprar o estabelecimento.

Fonte: Terra

Ivete tem dois filhos, o mais novo é Anderson (Paulo Vilela). Ele vive implicando com a irmã pelas gafes que ela comete; sempre foi apaixonado por Luiza, mas ela nunca teve olhos pra ele, acreditando que eles são apenas melhores amigos, já que é apaixonada por Klaus. 

Fonte: Ego

A outra filha é Rakelli (Ísis Valverde), a manicura do salão que sonha em ser dançarina do programa do Luciano Huck. A garota é ingênua e isso faz com que ela cometa alguns vexames em público.

Fonte: Globo

Outro integrante do salão é Betão (Rodrigo Lopez), o maquiador e melhor amigo de Joana, já que eles foram criados juntos no orfanato. Ele também se torna muito amigo de Helena, já que ele ajudava Matheus em seus experimentos. 

Fonte: Ego

Quem surge no salão para integrar a história é o pedreiro Robson (Marcelo Faria). Ele passa a se relacionar com Rakelli, para desespero de Ivete, que não aceita o namoro dos dois, pelo fato de o rapaz ser pobre. Com o tempo, ocorre a descoberta de que ele é um primo distante de Olavo Pederneiras, sendo dessa forma o único herdeiro da fortuna. Para desespero de José Henrique, o gambazinho, ele acaba jogando sua namorada Sheila para cima do pedreiro, com a intenção de botar a mão na grana. 

Fonte: Hiperssessão

Final.

No final da trama, a vilã Norma é punida sendo presa. Quanto aos diamantes, que acabou sendo o alvo dos tripulantes do Cacará, são jogados do alto de uma laje da favela. Sônia fica presa, podendo cair de lá se permanecer com o saco de diamantes nas mãos; ela então resolve soltá-los e eles são resgatados pelos moradores do local. Joana e Guilherme finalmente se casam com a aprovação de todos, inclusive da mãe da moça. 

Curiosidades: Foi a primeira e única novela de autoria titular de Andrea Maltarolli - uma das responsáveis por criar a Malhação -, um ano depois do término da novela a autora faleceu vítima de câncer. Rakelli foi um dos personagens mais relevantes da carreira de Ísis Valverde, graças ao seu jeito inocente e seu português irreverente (décimo-segundo era dôzimo e avescrus). Outro personagem de destaque foi Norma que foi a responsável pela criação do meme "Eu sou ryca", assim como de páginas no Facebook, Twitter, entre outras redes sociais. A cena em questão ficou em foco por conta da câmera de gravação aparecer durante a transmissão, mas isso se tornou apenas um coadjuvante a mais dentro da icônica cena que você confere aqui:


Foi a primeira vez de Regiane Alves como protagonista na Rede Globo - ela protagonizou Fascinação, no SBT -; foi também a primeira vez em que Reginaldo Faria contracenava com seu filho Marcelo, em uma novela. Apesar de grande repercussão, a novela teve 28 pontos de média, considerado baixo para o horário. E pela primeira vez na emissora, teve estreia de duas obras ficcionais no mesmo dia, Beleza Pura estreou junto com a minissérie Queridos Amigos

Fonte: Memória Globo, Teledramaturgia

Trilha Sonora: A trilha nacional contou com grandes nomes da MPB atual, como Ana Cañas, Céu e Seu Jorge, mas também com nomes mais antigos como Nana Caymmi, Ney Matogrosso e Frejat. Dentre os destaques está a própria música de abertura, assim como o tema da espevitada Rakelli, "Esnoba" na voz da banda Moinho:



  1. Dois Lados - Frejat (tema de Norma)
  2. Beleza Pura - Skank (tema de abertura)
  3. Independente (Ladies Night) - Wanessa Camargo (tema de locação)
  4. Vem Pra Ficar - Mônica Besser (tema de Klaus)
  5. Madrugada - João Estrella (tema de locação)
  6. Veja Bem, Meu Bem - Ney Matogrosso (tema de Helena)
  7. Me Deixa Em Paz - Teresa Cristina e Seu Jorge (tema de Ivete e Gaspar)
  8. Tu Sais Je Vais T'Aimer (Eu Sei Que Vou Te Amar) - Márcio Faraco & Nana Caymmi (tema de Joana e Guilherme)
  9. Coisas do Coração - José Augusto (tema de Débora e Eduardo)
  10. Acontece - Jane Duboc (tema de geral)
  11. Coração Vagabundo - Ana Cañas (tema de Renato)
  12. Malemolência - Céu (tema de Felipe)
  13. Pé de Nabo - Sandra Peres (tema de Joana)
  14. Argumento - Paulinho da Viola (tema de locação)
  15. Esnoba - Moinho (tema de Rakelly)
Quanto ao disco internacional, eu o considero uma das melhores trilhas de novela. Tinha sucessos pop da época, que estavam no topo das paradas, como "I'll be waiting", "Tatoo" e "With You". Além de trazer grandes estreias como Duffy e Sara Bairelles - que no mesmo ano esteve presente na novela A Favorita. Mas a escolhida para ilustrar a trilha foi "Apologize" de Timbaland com o grupo One Republic. A canção esteve presente na primeira temporada da série Gossip Girl e foi tema dos protagonistas da novela:



  1. Apologize - Timbaland & One Republic (tema de Joana e Guilherme)
  2. I'll Be Waiting - Lenny Kravitz (tema de Renato)
  3. Tattoo - Jordin Sparks (tema de locação)
  4. With You - Chris Brown (tema de Fernanda e Klaus)
  5. Love Song - Sara Bareilles (tema de Luiza e Felipe)
  6. Mercy - Duffy (tema de Suzy e Raul)
  7. Set Me Free (Unplugged) - House Boulevard feat. Samara (tema de locação)
  8. So Small - Carrie Underwood (tema geral)
  9. Show Me - John Legend (tema de locação)
  10. One Of Those Nights - Heath Brandon (tema de Sônia)
  11. Those Dancing Days Are Gone - Carla Bruni (tema de Ivete e Gaspar)
  12. What I Miss About You - Katie Melua (tema de Débora e Eduardo)
  13. Never Meant To Hurt You - Wire Daisies (tema romântico geral)
  14. Disco Lies - Moby (tema de Norma)
  15. Set Me Free (Radio Edit) - House Boulevard (tema geral)
  16. Never Can Say Goodbye - Gloria Gaynor (tema de Rakelly)
Ainda foi lançada uma trilha contendo as músicas instrumentais da trama, produzidas por Rodolpho Rebuzzi, que também produziu as canções instrumentais da novela Amor Eterno Amor. Confira "Samba Funk", que foi tema da personagem Rakelli:



  1. Carcará Flight / Normalize (tema de carcará/Norma)
  2. People (tema de Joana)
  3. Samba Funk (tema de Rakelly)
  4. Seduction (tema de Norma)
  5. Erik (tema de Erik)
  6. She Is Alive (tema das perseguições dos diamantes)
  7. Neon Queen (tema de Norma)
  8. Os Tralhas (tema de Sheila e José Henrique)
  9. Panoramic (tema de Norma)
  10. Invocation (tema geral)
  11. Metidão (Power) (tema das vítimas do carcará atrás dos diamantes)
  12. Recrudescense (tema de ação)
  13. Sad & Mournfull (tema de Helena e Renato)
  14. Sad Helicopter (tem das investigações de guilherme)
Fonte: Wikipédia

O 'vai ou não vai' de "Amor à Vida".


Ontem foi ao ar a tão aguardado capítulo onde a verdade sobre o roubo de Paulinha (Klara Castanho) é revelada. E como ocorreu durante toda a novela, a cena foi cheia de pompa e glamour, em uma refinada reunião familiar na casa dos Khoury. Pois é, depois de Amor à Vida, as revelações bombásticas em novelas merecem um bom e requintado jantar, para só depois de muitas alfinetadas rolar os barracos. Eu preferi me focar na novela, só para então depois poder acompanhar a repercussão do capítulo na internet. Mas confesso que não resisti - ainda mais quando entrou Amarilys (Danielle Winits) insuportável em cena -, e acabei pegando o note e zapeando pelo twitter. Sim, sempre com três/quatro hashtags dentre os assuntos mais falados do país (acredite, o primeiro lugar ainda era sobre #Rebelde). Mais do que isso, criou uma cena que se tornou o mais novo viral da internet.





Isso te lembrou alguma coisa?! Se você respondeu: o capítulo 100 de Avenida Brasil, acertou! Esta novela sempre teve grande repercussão, mas depois do centésimo episódio, a contagem progressiva para o final começou a comandar os trending topics nacionais, além de cenas que se tornaram icônicas e viraram motivo de chacota nas redes sociais. O que tinha de tão especial nesse capítulo? Carminha (Adriana Esteves) enfim descobrira que Nina (Débora Falabella) era Rita, a mocinha vingativa e cozinheira da mansão. Sem a tal "mera coincidência" o estopim da atual trama das nove foi justamente outra grande revelação, e em ambos os casos começa ali o calvário dos vilões. Carminha nunca mais teve sossego, assim como Félix (Mateus Solano) chegará abaixo do fundo do poço, nos próximos capítulos. [spoiler] Além da pobreza que o assolará, ele ainda terá de conviver com o fato de que sua "mami poderosa" nada mais é do que sua mãe adotiva, pagando a língua, já que ele chamou Paloma (Paolla Oliveira) em alto e bom tom de bastarda. 


Sabe-se que Walcyr Carrasco terá de engambelar o público, pois ainda faltam dois meses para essa novela questionável acabar, mas esperamos que ele consiga dar uma sequência boa para a história principal, porque o que se viu no capítulo de ontem foi uma "metáfora" para a demora com que ele tem tratado o núcleo principal de Amor à Vida. Foi preciso um capítulo inteiro, regado a cenas inúteis e um zilhão de vezes a palavra "caçamba" (Molejo curtiu isso), para que enfim fosse revelada a tal prova que incriminaria Félix. O problema maior não é o fato de ele gastar tanto tempo em diálogos inúteis, mas é que quando a trama estreou, ele parecia prometer algo mais ágil do que a antecessora Salve Jorge, e no final, caiu na mesma barca furada. Muitos personagens, histórias que começam e terminam sem se quer dar uma satisfação plausível ao público e uma mocinha que simplesmente "sumiu" na trama. Vimos que Morena (Nanda Costa) só não foi mais soterrada na história de Glória Perez, porque a autora tinha uma certa adoração por ela. Já no caso de Amor à Vida, vimos que Walcyr não ama tanto assim Paolla Oliveira ,que simplesmente passou meses sendo o segundo plano da trama. Talvez agora, com essa reviravolta na novela, ela passe a ser mais relevante na história, assim como esperamos que a derrocada de Félix dure ao menos umas 'semaninhas' para dar aquele gosto de punição. Quanto à audiência? Tá boa, gente! Ela conseguiu a segunda maior audiência da trama, indo em torno de 41 pontos, segundo site corrigido da UOL. Mas se lembre que Fina Estampa também tinha uma audiência razoável e mesmo assim estava longe de ser boa!

Fonte das imagens: Rede Globo

Mini-Flashback: Como Uma Onda


Escrita por Walther Negrão e com direção de Dennis Carvalho, Como uma Onda foi ao ar de novembro de 2004 a junho do ano seguinte. O teaser da novela anunciava que “o amor é como o mar e vem aí como uma onda” fazendo uma alusão ao nome da novela e do que se tratava: o amor. Tida como a primeira novela da TV Globo a ser protagonizada por um estrangeiro, a trama tinha o ingrediente essencial das obras de Walther Negrão, as aventuras. A abertura tinha, como já era de se esperar, a canção de Lulu Santos como tema e tinha um estilo minimalista mostrando uma onda no meio da tela com cenas do litoral catarinense, onde desenvolvia a história. Confira:



Sinésio (Hugo Carvana) e Mariléia (Denise Del Vechio) resolvem fazer uma viagem com as filhas para Portugal. Com atitudes e gostos totalmente diferentes, as meninas ainda assim se entendem. Nina (Alinne Morais) é mais doce, delicada, mas também corajosa e fiel.


Enquanto isso, Lenita (Mel Lisboa) é mimada, pouco confiável e vulnerável.


As duas conhecem o português Daniel (Ricardo Pereira) durante o percurso e acabam se apaixonando por ele. Mas o modo como eles se conheceram não foi nada convencional.


Ele namorava Almerinda (Joana Solnado), filha de um homem tradicional que não aceita o relacionamento dela com Daniel, por conta do pai do rapaz ser um desertor e um "traidor da pátria", por ter recusado uma convocação do exército. Quando o pai de Almerinda descobre o envolvimento às escondidas dos dois, ele manda seus capangas atrás do casal e Daniel tem de fingir ser guia turístico para fugir do perigo. Nesse momento ele encontra a família de Sinésio, e como consequências, as meninas que iriam mexer com sua vida. Um tempo depois, os capangas do pai de Almerinda conseguem enfim pegar Daniel, batem nele e o jogam num navio que partia para o Brasil. Por coincidência - ou não, já que é uma novela -, ele está no mesmo barco que Nina e Lenita. As duas se sensibilizam com ele e o ajudam a fugir da polícia, pois ele está como clandestino.


Mas Daniel, assustado resolve se jogar ao mar na tentativa de não ser pego. Seu corpo é levado até uma vila de pescadores de Santa Catarina. Desconfiado, ele resolve se juntar a um grupo de mendigos e durante suas caminhadas sem rumo, encontra Lenita que o resgata e o leva para casa, onde ele passa a trabalhar como mordomo. Nesse momento surge algo a mais entre ele e Nina, para desespero de Lenita, e do namorado de Nina, o poderoso Jorge Junqueira (Henri Castelli).


JJ, como é conhecido na região é o terro do local. Ele é sócio de Sinésio numa empresa de pesca, na qual explora os pescadores locais. A situação de Nina piora quando ela descobre que seu pai está quase falido e é ameaçado por JJ de perder tudo, caso ela não se case com ele. As coisas complicam mais para Daniel e Nina com a chegada de Almerinda, grávida do rapaz. Ela passa por maus bocados ao longo da trama e termina a novela ao lado de um neuro cirurgião que a opera por conta de um aneurisma. E as artimanhas de JJ não são apenas contra Nina, ele manipula sua própria irmã, Maria da Encarnação (Bianca Byington).

Ela teve um filho com um homem aventureiro e preso injustamente, mas JJ nunca aceitou. Com isso, ela cria o menino como se fosse adotado, sendo que na verdade ele é filho biológico da mulher. O pai do garoto, Sandoval (Herson Capri) nunca soube da existência do menino. Quando sai da prisão ele volta em busca de reconstruir sua relação com Encarnação, mas com as proibições de JJ, ele acaba se envolvendo com Lavínia (Maria Fernanda Cândido).


Ela era casada com o líder dos pescadores, Amarante (Kadu Moliterno). Porém, durante uma tempestade, ele acaba se perdendo no mar e todos acreditam que ele esteja morto. Na verdade ele foi resgatado por Ylana (Amanda Lee), que se apaixona pelo náufrago, passa a cuidar dele e eles começam a ter um caso, já que ele não se lembra de Lavínia, por conta de uma perda de memória.


Amarante é filho de Francisquinha (Laura Cardoso), a matriarca da aldeia que é cega, mas consegue ver o que realmente se passa na alma das pessoas.


Na aldeia ainda mora Floriano (Cauã Reymond), um homem simples, porém muito atraente que chama a atenção das moças do local. Mas ele só tem olhos para Rosário (Sheron Menezes), uma boa moça que sonha em se casar virgem, apesar de todas as provações pelas quais ela passa.


Floriano é irmão da temperamental Amanda (Fernanda de Freitas), uma moça sem grandes maldades, mas que não poupa aqueles que pisam em seus calos. Ela trabalha numa agência de mergulho e passa a conviver com pessoas com um nível social maior do que o seu e de sua família. Indo contra os planos de sua mãe, Amanda acaba se envolvendo com o dono da agência, o boa pinta Rafael Prata (Sérgio Marone).


O relacionamento dos dois sofre um baque quando Rafael começa a se interessar por Júlia (Maytê Piragibe), filha de Lavínia com um caso passageiro do passado, mas que foi criada como filha por Amarante.


Além dos problemas com Amanda, Rafael ainda tem sérios atritos com seu irmão Conrado (Gustavo Haddad). Ele não concorda que o irmão trabalhe na empresa de JJ, sendo tão íntimo do vilão da trama. Conrado namora Lenita, mas só porque convém à moça, já que ela não gosta muito do rapaz, ainda mais depois da chegada de Daniel.


Conrado e Rafael são filhos do médico Dr. Prata (Marcos Caruso) e de Alice (Débora Duarte). O pai não esconde que sente mais afinidade com Conrado, pelo estilo sério, diferente do filho Rafael, que é um aventureiro e segundo ele, não quer nada com a vida.


Dentre os personagens secundários o destaque foi pra dupla Quebra-queixo (Ernani Moraes) e Querubim (Dudu Azevedo), o neto de Francisquinha. Eles foram responsáveis pelo núcleo cômico da história.


Destaque ainda para o tal fantasma do velho Bartô (Elias Gleizer). Na realidade o homem estava bem vivo, mas por morar em um caverna, as crianças acreditavam que ele tinha 300 anos. O fato é que ele era companheiro do marido falecido de Francisquinha, com quem ele vivia uma busca desenfreada por ouro no fundo do mar.


Curiosidades: Um grande mistério povoou os últimos meses da trama, com a morte de JJ. Foi um dos poucos "Quem matou?" do horário das seis. Depois de 35 anos, Walther Negrão voltava a trabalhar com Dennis Carvalho. Os primeiros atores escalados para darem vida aos personagens Nina, Lenita,Sinésio e Encarnação eram, respectivamente, Priscila Fantin, Deborah Secco, Lima Duarte e Isabela Garcia. A indústria de pescado da novela existia na vida real, só que com outro nome, e está localizada abaixo da tão famosa ponte Hercílio Luz, na capital catarinense. 

Trilha Sonora: As trilhas lançadas foram muito boas e tiveram grande repercussão. No disco nacional os sucessos ficaram por conta da canção da abertura na voz de Lulu Santos, da versão de "Pra você eu digo sim" de Cídia e Dan, para "Prova de amor" dos Titãs, "Nua" de Ana Carolina e "Grão de Amor" na voz de Marisa Monte e Arnaldo Antunes. Confira:



  1. Supernova - Skank (tema de Rafael)
  2. Nua - Ana Carolina (tema de Nina)
  3. Grão de Amor - Arnaldo Antunes & Marisa Monte (tema de Nina e Daniel)
  4. Provas de Amor - Titãs (tema de Lenita)
  5. O Mesmo Amor - Fábio Nestares (tema de Floriano e Rosário)
  6. Faz de Conta - Fagner (tema de Sandoval)
  7. Jardim de Cores - LS Jack (tema das crianças)
  8. Sonhando o Futuro - Beto Guedes (tema de Júlia) 
  9. Vira Virou - Banda Crase (tema de Daniel)
  10. Pra Você Eu Digo Sim (If I Fell) - Cídia & Dan (tema de Júlia e Querubim)
  11. A Lua Girou (Sobre Tema Folclórico) - Milton Nascimento (tema de Lavínia e Amarante)
  12. Navega Coração - Rafaella (tema de Encarnação)
  13. Como Uma Onda (Zen Surfismo) - Lulu Santos (tema de abertura)
  14. Rua da Praia - Due Angeli 
  15. O Amor e o Mar - Due Angeli

O disco internacional contava com uma faixa em português de Paulo Ricardo, que foi tema de Nina e JJ. Além dessa música, tinha outros grandes sucessos como "Other Side of The World" da KT Tunstall, "Sitting, Waitting, Wishing" do Jack Johnson, "Sunday Morning" do Maroon 5 e "Somewhere Only We Know" do Keane. Confira: 



  1. Sunday Morning - Maroon 5 (tema de Daniel)
  2. Sitting, Waiting, Wishing - Jack Johnson (tema de Floriano)
  3. Fields Of Gold - Maxi Priest (tema de Lavínia e Amarante)
  4. Other Side Of The World - KT Tunstall (tema de Almerinda)
  5. Somewhere Only We Know - Keane (tema de Rafael e Amanda)
  6. Stay With Me - Libera (tema de Quebra-Queixo)
  7. Angie - Rolling Band
  8. Right To Be Wrong - Joss Stone (tema de Nina e Daniel)
  9. My Boo - Usher & Alicia Keys (tema de Lenita)
  10. I'll Do It Right This Time - Sun Coast
  11. What You're Made Of - Lucie Silvas
  12. One - Joe Cocker
  13. Te Quiero - Erotik
  14. Eu Quero Te Levar - Paulo Ricardo & PR.5 (tema de JJ)