Água Viva: Trilha Internacional


Já está tocando e não é de hoje, a trilha internacional de Água Viva. Um dos maiores sucessos da TV paga na atualidade, a novela reflete o sentimento de nostalgia de quem viveu os anos 80 e causa certo impacto com o estilo da trama para os mais novos. E a trilha não poderia ser diferente. Já relembramos aqui a trilha nacional, e hoje vamos relembrar o que rolou de sucesso internacional na trama de Gilberto Braga com colaboração de Manoel Carlos.

A primeira faixa do disco é tema de Sueli (Ângela Leal), a renegada do twitter, rs. Pois é, a assistente social apaixonada por Nelson (Reginaldo Faria) não caiu muito nas graças do público de hoje em dia, mas a canção dela figurou dentre as 100 mais tocadas daqueles ensolarados anos 1980. "Lead me on", na voz da cantora Maxine Nightingale, ocupou a 61ª posição no ranking. 

Outro sucesso foi a canção "Do That to me One More Time". A música que figurou na novela era uma versão de Susan Case & Sound Around, mas a versão do grupo The Captain & Tennille ocupou a 26ª posição das mais tocadas. Na trama, ela era tema da prepotente e temperamental Lourdes Mesquita (Beatriz Segall), que acabava se envolvendo com o amigo do filho, anos mais jovem do que ela. 
Tema do protagonista Nelson, a canção "Ships", na voz de Barry Manilow também foi um dos sucessos daquele ano. A canção era muito significativa para o personagem, pois utilizava de uma metáfora de barcos para falar sobre a distância que separava dois amores, que no caso se referia à Lígia (Betty Faria). 
Agora a minha favorita e que o Viva utiliza em muitas de suas chamadas é a canção D.I.S.C.O. do grupo Ottawan. Teve versão em português tocada na novela, mas que não entrou na trilha. A música embalava as "baladas" disco dos personagens, como as que Stella (Tônia Carreiro) frequentava. Arraste a cadeira, porque essa vale a pena dançar. 
E voltamos aos temas românticos com a canção "Just When I Needed You Most", por Tony Wilson. Foi tema dos protagonistas Lígia e Nelson, que passaram a novela afastados por conta do envolvimento da moça com o irmão dele, Miguel Fragonard (Raul Cortês). 

Fonte: Astros em Revista


Por falar em casal complicado, o que não dizer de Edir (Cláudio Cavalcanti) e Márcia (Natália do Valle). Pois é, os dois vivem em pé de guerra, seja pela pequena mala Maria Helena (Isabella Garcia) ou seja pelas finanças, tudo se torna motivo. Mas uma canção romântica embalou o casal, mesmo assim. "Babe" na voz do grupo Styx foi tema.

Fonte: Canal Viva

Babe by Styx on Grooveshark

Gente, eu tenho um amorzinho por Carly Simon, então eu acho que essa é uma das melhores canções do disco. "Just Like You Do" foi tema do casal excêntrico Lígia e Miguel. Pois é, ela que tentou a novela inteira amar o homem, apenas por conta de seu dinheiro, mas que na verdade era apaixonada por Nelson. Ocupou a 53ª posição das mais tocadas. 
"I Don't Want to Fall In Love Again" foi outro grande sucesso na trama. A música era tema geral e tinha a voz do grupo Voyage, sucesso nos distantes anos 80. 
Outra que eu considero uma das minhas preferidas é "Cruisin'" na voz de Smokey Robinson. É favorita, porque a música é boa e porque eu adoro o casal da qual é tema, Slave Isaura Janete (Lucélia Santos) e Marcos (Fábio Jr. ♥).  A canção já figurou em outra novela da emissora, Coração de Estudante (2002) com uma versão atualizada. Ocupou a 24ª posição das mais tocadas.
Uma faixa dançante também foi "The Second Time Around" na voz de Shalamar. Também foi tema geral e tinha um ritmo mais alegre para embaladas as cenas de descontração da novela. Ela foi a 99ª canção mais tocada naquele ano - lembrando que a Globo ainda não monopolizava ditava tanta moda com suas trilhas como hoje em dia.
E uma versão melancólica embalava os dramas da personagem Sandra (Glória Pires), que passava a se tornar uma pessoa mais fechada e amarga por conta de suas frustrações. Seu pai se casou com uma mulher que ela não "curtia" muito e Marcos, por quem ela sempre fora apaixonada continuava em seu relacionamento com Janete. A canção foi "Never" (Gonna Let you Go)" do grupo Charme. 
Além das canções citadas, outras três apareceram na novela, como temas geral dos personagens. As dançantes "Love I Need" de Jimmy Cliff e "Mandolay" do grupo La Flavour; além da mais sentimental e instrumental "Memories", tema da personagem Maria Helena.
Confira a capa original e as faixas em ordem que foi lançada:

  1. "Lead Me On" - Maxine Nightingale - (tema de Suely)
  2. "Love I Need" - Jimmy Cliff
  3. "Do That To Me One More Time" - Susan Case & Sound Around (tema de Lourdes)
  4. "Ships" - Barry Manilow - (tema de Nelson)
  5. "D.I.S.C.O." - Ottawan
  6. "Just When I Needed You Most" - Tony Wilson (tema de Nelson e Lígia)
  7. "Memories" - Bianchi
  8. "Babe" - Styx - (tema de Edir e Márcia)
  9. "Just Like You Do" - Carly Simon (tema de Miguel e Lígia)
  10. "I Don't Want To Fall In Love Again" - Voyage
  11. "Cruisin' " - Smokey Robinson (tema de Marcos e Janete)
  12. "The Second Time Around" - Shalamar
  13. "Never (Gonna Let You Go)" - Charme (tema de Sandra)
  14. "Mandolay" - La Flavour

Muito além de "Roda de Fogo"


O que rolou nos bastidores dessa novela do babado? Você confere aqui. Mas como ontem eu deixei a desejar e não coloquei a abertura, aqui vai a entrada da novela. A vinheta contava com a voz de Marina Lima e sua canção "Pra Começar". Entre os trechos que retratavam bem a novela, esse tem destaque:
Pátrias, famílias, religiões e preconceitos. Quebrou não tem mais jeito. Agora descubra de verdade. O que você ama... Que tudo pode ser seu
Pois é, quem iria remendar tamanhas falcatruas que se passavam no entorno da novela? Só mesmo o próprio protagonista da novela, o antagônico Renato Villar, que ao descobrir a tal "verdade" do que ele amava, como diz a canção, se viu liberto de tantas artimanhas e armações irregulares; encontrando o amor nos braços de Lúcia Brandão.  No visual, eles mostravam elementos que atravessam similares de rodas de fogo e se transformam, fazendo uma alusão à vida do protagonista da trama. Confira a chamada de estreia e a abertura original:





Apesar de vangloriarem Félix (Mateus Solano) da atual Amor à Vida, tido por muitos como primeiro vilão gay da teledramaturgia, quem deu vida ao primeiro maquiavélico de sexualidade duvidosa (ou bem esclarecida, vai entender) foi Cecil Thiré com seu advogado corrupto, Mário. Pois é, o ator inclusive afirma em entrevista a IstoÉ Gente, que chegou inclusive a ser tido como gay na vida real, chegando a perder papeis de campanhas publicitárias por conta de tal rótulo, na época, muito pouco difundido e aceito. Porém, este é considerado até hoje um de seus melhores personagens na TV.  
O nome Roda de Fogo, já havia sido usado em outra trama da extinta Tupi, em 1978. A novela, exibida pela Globo tinha a assinatura de Lauro César Muniz, porém, sua sinopse foi desenvolvida na Casa de Criação Janete Clair, no Rio de Janeiro. A novela tinha todos os elementos necessários para fazer o grande público se ver cativado pela história, e mesmo com todo seu maniqueísmo aflorado, com vilões que não mediam esforços na maldade e mocinhas que faziam o bem acima de tudo, a novela conquistou multidões. 
Quanto ao cenário nacional no período de transmissão da novela, o país acabava de sair de um regime militar longo e com isso estava cheio de desajustes e resquícios do período negro de ditadura. Lauro César Muniz não deixou barato e retratou em sua trama a figura do ex militar, mostrando que mesmo diante das mudanças, ele era prepotente, arrogante e visava de alguma maneira dominar a situação. A figura escolhida era o general Hélio D'Ávila, tio de Carolina, esposa do protagonista da trama.
Diferente dos autores da atualidade, Lauro procurou focar no que ele tinha planejado para seu mocinho-vilão. Apesar de se regenerar, Renato acaba morrendo no final da história. Isso gerou certos rancores em alguns telespectadores, mas no final deu tudo certo. E nem mesmo a suposta "bondade" de Renato o fez se tornar uma pessoa livre de pecados e digno de um "milagre". Se compararmos com tramas atuais, vemos esse embate do autor tentando humanizar os vilões. Sangue Bom e Amor à Vida são grandes exemplos, já que Amora Campana (Sophie Charlotte) e Félix saíram das respectivas obras praticamente ilesos, se analisarmos bem o quesito de maldade de cada um - não venham me falar que a pessoa pagou por seus crimes vendendo cachorro quente e morando com uma ex-chacrete, porque num paga nem metade da maldade de jogar um bebê numa caçamba, tentar matar um dos funcionários e a própria sobrinha pela segunda vez, e forjar exames de DNA. 
Outro marco dessa trama foi o de atrair o público masculino, por ser uma novela "masculina", como as outras de Lauro César Muniz. Ele trouxe um homem de protagonista, mesmo que mau caráter, tinha essa função de atrair homens que ora se identificavam, ora tentava fugir dessa figura dúbia de Renato Villar. Tanto que a emissora optou por reprisar no turno da tarde, a novela, durante as transmissões da Copa do Mundo de 1990. O intuito? Deixar os homens mais tempo atrelados à TV. A audiência não foi das piores, mas a reprise foi uma das mais curtas, com apenas dois meses de exibição.
E como toda novela que se preze, teve o barraco básico entre ator e produção. A vítima/culpada da vez foi Lúcia Veríssimo, que era a irmã da mocinha da trama. Ela se desentendeu nos bastidores e foi vetada da novela, saindo logo no início e jamais retornando. A justificativa foi que Laís, sua personagem, foi viajar para o exterior, mandando apenas um postal nos últimos capítulos da história. 

Trilha Sonora Nacional: O disco nacional contou com grandes nomes e uma trilha muito eclética. Ia da MPB ao popular, passando pelo rock nacional. Começava com a versão nacional de "Too Young", em sua versão mais conhecida na voz de Nat King Cole; aqui a versão dessa trama era assinada por Simone, mas a música fez parte de outras trilhas como da minissérie Um Só Coração (2004); a canção ocupou o posto de 85ª mais tocada naquele ano. Outro sucesso do disco foi a canção "Você" na voz de Os Paralamas do Sucesso, que foi tema da curta personagem Laís, 56ª mais tocada. E o escolhido para ser tema dos "pombinhos" da trama, foi o cantor inglês Ritchie; "Transas" ficou em 23º lugar dentre as 100 mais tocadas no país em 1986. Outro sucesso que figurou dentre as 25 mais tocadas foi "Nem um Toque" na voz de Rosana que ficou eternizada na trilha de Mandala, do ano seguinte de Roda de Fogo; pois é, mas antes de "O Amor e o Poder", ela já figurava e bem nas trilhas de novelas. E pra finalizar minhas escolhidas, tem Capital Inicial, que já esteve aqui no blog e que foi tema geral na trama,  marcando o início do grupo em trilhas sonoras, com a canção "Música Urbana".
  1. Em Flor (Too Young) - Simone - (Tema de Maura)
  2. Você - Os Paralamas do Sucesso (tema de Laís)
  3. Tema de Ana Maria - Clock
  4. Você Se Esconde - Rádio Táxi (tema de Pedro)
  5. Viver é Deixar Rolar o Sentimento - Wando (tema de Júnior e Vera)
  6. Pra Começar - Marina Lima - (tema de abertura)
  7. Transas - Ritchie (tema de Renato e Lúcia)
  8. Alguém - Kiko Zambianchi (tema de Tabaco)
  9. Facho de Esperança - Mestre Marçal (tema de Gilson e Joana)
  10. Segredo - Djavan (tema de Telma)
  11. Nem Um Toque - Rosana (tema de Helena)
  12. Música Urbana - Capital Inicial (tema geral)
Trilha Internacional: O disco internacional não teve tanto impacto quanto o nacional. Trouxe sucessos mais discretos, sem tanto balbúrdia, quanto o primeiro disco. O tema dos protagonistas ficou a cargo de Mike Francis. Outro sucesso foi a música de Simply Red, que sempre emplaca sucessos em trilhas, "Holding back the years", lembrada por muitos até hoje e 27ª no ranking de 1986. E por não falar de "Why Worry", música que ganhou uma versão na novela A Viagem (1994) e que tinha sua primeira apresentação em Roda de Fogo, na voz de Dire Straits, e que foi tema do casal Ana e Pedro, 42ª mais tocada. Agora, se meu gosto conta, eu resolvi colocar uma das que eu mais gosto da trilha, de Peter Gabriel, "Sledgehammer", que foi a 54ª mais tocada . Confira a seguir, todas as faixas que compunha a trilha e a capa original.
 
  1. Sweet Freedom - Michael McDonald
  2. With You All The Way - New Edition
  3. Invisible Touch - Genesis
  4. Colors On My Blues - Reno Scott (tema de Carolina)
  5. New York, Rio, Tokyo - Trio Rio
  6. You Can't Get Out Of My Heart -Mike Francis (tema de Renato e Lúcia)
  7. Sledgehammer - Peter Gabriel
  8. Holding Back The Years - Simply Red
  9. The Finest - The S.O.S. Band
  10. Ancora Con Te (Outra Vez) - Peppino Di Capri - (Tema de Maura)
  11. Sahara Night - F.R. David
  12. Why Worry - Dire Straits (tema de Ana e Pedro)
  13. It Won't Be The Same Old Place - James Warren
  14. If Looks Could Kill - Heart
Fonte: IstoÉ Gente, Wikipédia, Teledramaturgia, Teledossiê, Memória Globo, Youtube, Dailymotion, Revista Amiga.

Mini-Flashback: Roda de Fogo


Escrita pelo autor dos escândalos, Lauro César Muniz, Roda de Fogo entra na galeria da teledramaturgia como seu maior sucesso na TV e um "bafafá" em forma de trama. A novela teve direção geral de Dennis Carvalho, direção executiva de Paulo Ubiratan e direção executiva de Daniel Filho; ou seja, em excelentes mãos.

As falcatruas do vilão regenerado.

A trama narra a história do inescrupuloso Renato Villar (Tarcísio Meira). Ele é um dos maiores empresários do país e não poupa esforços para conseguir atingir o poder e chegar onde deseja.

Fonte: Teledossiê

Ele é casado com a também mau caráter, Carolina (Renata Sorrah), uma mulher ambiciosa, fria e calculista. Seu maior sonho é que se tornar primeira dama do país, sempre relutando para uma possível candidatura de Renato à presidência. 

Fonte: Memória Globo

Juntos, eles são pais da questionadora Helena (Mayara Magri). A moça, cuja família, já desenhou o próprio destino, tem um relacionamento difícil com os pais por conta desse controle.

Fonte: Para recordar novelas e famosos

Porém, tudo sofre uma reviravolta quando um dossiê com irregularidades na empresa é revelado e acaba causando um furdúncio no ramo empresarial. A denúncia é feita por Celso Resende (Paulo José), um dos membros da empresa que enviou para um juiz na Europa os papeis para análise. Celso acaba morrendo misteriosamente.

Fonte: Memória Globo

O caso sofre uma mudança judicial e vai parar nas mãos da íntegra juíza Lúcia Brandão (Bruna Lombardi). Ela é contra qualquer atitude inescrupulosa, e não aceita subornos. Porém, Renato sem saber como sair da enrascada, tenta comprar a juíza, mas o envolvimento dos dois foge do "profissional" e eles acabam se envolvendo. Lúcia então se vê num caminho sem volta e sem saída: Como ela vai julgar o homem que tanto ama?

Fonte: Memória Globo

Outro grande momento na vida do protagonista é quando ele descobre uma doença termina, um tumor cerebral. Ao se ver diante de uma situação sem volta, com apenas mais seis meses de vida, ele começa a ter mudanças bruscas de comportamento; a começar por largar Carolina para ficar ao lado de Lúcia. Renato faz grandes mudanças na empresa também, causando a discórdia de todos, em especial do advogado Mário (Cecil Thiré). Ele era adepto do mau caratismo e um homem muito misterioso. Não se envolvia com mulheres, gerando uma sexualidade questionável. Mario e os outros funcionários prejudicados acabam por elaborar um golpe contra Renato. Mário então passa a ser o arqui inimigo de Renato e grande vilão da história. Sempre contando com o apoio de seu criado, Jacinto (Cláudio Curi), para suas armações.

Fonte: Memória Globo

Outra grande busca de redenção de Renato se dá para com seu filho, Pedro (Felipe Camargo).

Fonte: Memória Globo

O rapaz é fruto da relação do protagonista com a ex guerrilheira Maura (Eva Wilma). Ela se envolveu com guerrilhas e com lutas, tendo sido exilada no passado, graças à ajuda de Renato. Graças aos sofrimentos na prisão, ela acabou ficando perturbada e tendo de ser internada numa clínica em Roma.

Fonte: Astros em revista

Depois de muito tempo volta ao país. Por conta do envolvimento de Maura com as lutas, quem criou Pedro foi sua avó, Joana (Yara Cortes), uma mulher com quedas melodramáticas.

Fonte: Famosos que partiram

Ao final da trama, com algumas realizações e outras frustrações, Renato acaba morrendo nos braços de Lúcia.

Ele e elas.

Tabaco (Osmar Prado) era motorista de Renato Villar. Seu maior orgulho era circular pelas ruas cariocas dentro da limusine do patrão. Mas não é só disso que vive Tabaco.O motorista simplesmente tem três mulheres - Viram com quem Cadinho (Alexandre Borges) fez escola?! E tinha pra todo gosto, como a sensual Patativa (Cláudia Alencar), a telefonista Bel (Inês Galvão) e a ingênua Marlene (Carla Daniel).O grande ápice do núcleo foi quando as três esposas ficam no altar à espera de seus amados, ou melhor, seu amado.

Fonte: Memória Globo

A Família do General.

O tio de Carolina é o renomado general Hélio D'Ávila (Percy Ayres). Sempre interessado em prezar pela moral e pelos bons costumes da família, ele acaba se unindo à sobrinha para fazer com que Renato se candidate à presidência. Ele é avô de Ana (Isabella Garcia). A jovem controlada em todos os sentidos pelo avô, acaba por causar certo reboliço na família quando se envolve com Pedro, filho de Renato.

Fonte:Design Innova

O outro neto é Felipe (Paulo Castelli), diretor de uma das empresas de Renato.

Fonte: Depressão e poesia

A vida do rapaz da uma reviravolta quando ele se envolve com Laiz (Lúcia Veríssimo), a irmã mais nova de Lúcia Brandão. A família dele, claro, é contra por conta da disputa judicial e posteriormente, do envolvimento de Renato com a juíza.

Fonte: Famosos no passado

A Famíila de Celso.

Se lembram de Celso, que foi misteriosamente morto, e eu já citei logo acima?! Então, ele deixou uma esposa e um filho. Telma (Joana Fomm) era uma mulher muito refinada, facilmente se inseria nas altas rodas cariocas. O que ela escondia de todos é que tinha um caso Paulo (Hugo Carvana), um dos responsáveis pela tentativa de derrocada de Renato, juntamente com Mário.

Fonte: Desmanipulador

Nem mesmo o filho de Telma, Júnior (Cássio Gabus Mendes) tinha noção do romance da mãe. Ele era sempre irônico, por conta da morte do pai, da qual ele não aceitou bem a versão de que ele sofrera um acidente.

Fonte: Memória Globo
 

"Amores Roubados": De amores proibidos à superação do machismo do sertão.

 
 Ontem foi ao ar o último capítulo da tão comentada série Amores Roubados. Escrita por George Moura, com supervisão de texto de Maria Adelaide Amaral, o autor conseguiu mostrar a que veio. Assumiu a autoria titular com a minissérie O Canto da Sereia, baseada no romance de Nelson Mota, e com apenas quatro episódios, ele conseguiu deixar sua marca na dramaturgia. Voltou esse ano com o mesmo estilo, trazendo uma história policial e ao mesmo tempo, romances proibidos. De origem nordestina conseguiu, com muito esmero retratar a região sem os estereótipos tão comuns em telenovelas. E sem grandes histórias, ele criou um roteiro impactante e diálogos que fizeram percebermos o quão pequena ainda é a qualidade da atual novela das nove, nesse quesito.
George se baseou no conto da Emparedada da Rua Nova para criar sua história, mas nem por isso, ele seguiu à risca a "lenda" contada em Pernambuco. Tanto que Antônia (Ísis Valverde) é que termina a saga viva, ao passo que o vilão Jaime (Murilo Benício) é quem morre - caindo de um penhasco,  não emparedado. Outra questão interessante é a pitada de Eça de Queirós na trama, com a história de Celeste (Dira Paes), que sofre um suborno da empregada, fazendo jus ao livro O Primo Basílio. Ao mesmo tempo que trazia uma história parecida, ele não deu tanta ênfase na trama, e nem fez da vida de Celeste um inferno nas mãos de Carolina (Cássia Kis Magro), a empregada mau caráter, como ocorre no livro - que eu espero que tenham ao menos visto a série ou o filme; não vamos bancar os ignorantes né, meus amores?!

Diante de tantas novelas questionáveis da atualidade, nos deparamos com diálogos bem escritos, histórias comuns, porém, bem desenvolvidas, e uma trilha sonora "sem medo de ser feliz".  Outro ponto alto da trama foram as atuações, quase todas impecáveis. E dentre o elenco, nos vimos diante de grandes nomes como Patricia Pillar, Cássia Kis Magro e Murilo Benício, passando por um elenco jovem eficiente no que faz como Ísis Valverde e chegamos até a nomes não muito conhecidos do público como Jesuíta Barbosa e Irandhir Santos, recém saídos do sucesso cinematográfico Tatuagem, vencedor de vários prêmios.
Em entrevista o autor explica o porquê de ter optado por um novo final pra história, que talvez tenha sido seu único pecado na trama. Ele alega que o ato de emparedar a protagonista nos idos de 2014, por conta de uma gravidez indesejado era praticamente incabível dentro da história. Hoje em dia é comum as mulheres criarem seus filhos, mesmo que os pais tenham morrido ou sejam de uma classe social inferior da delas. E tal pensamento tem efeito: Antônia estudou na Europa, não se sabe o que, nem se ela chegou a terminar, mas possuía dinheiro suficiente para isso. Mesmo que Jaime a deserdasse, ela ainda teria mecanismos para procurar algum emprego e criar seu filho, além do amplo apoio do avô, que seria óbvio que ela teria, já que ele demonstrou ser um homem a frente de seu tempo e alheio às opiniões machistas que imperavam a região. O autor de certa forma mostrou uma evolução no pensamento do sertão, onde o patriarcado exacerbado era ordem e ser mulher na região tinha apenas a função de ser subordinada ao seu marido. Vimos na trama mulheres que enfrentaram seus maridos, pais e quem quer que fossem, além de termos no personagem de Osmar Prado a prova do homem contemporâneo, que perdoa a esposa de sua traição, por conta de seu amor por ela.

Com tamanho primor, nós telespectadores, nos sentimos lisonjeados com essas particularidades que permeiam nossa TV brasileira. Ainda somos os melhores na arte de criar novelas, e apesar de muitas vezes nos vermos frustrados com obras tão fracassadas e nada dignas de nosso respeito, em outros momentos temos orgulho de tantos bons trabalhos como essa minissérie. Que o remake de O Rebu, que estreia no meio do ano, também escrito por George Moura e com direção de José Luiz Villamarin seja de tamanho primor quanto essa minissérie e que o público perceba que qualidade nem sempre está ligada a tramas folhetinescas que apelam para o melodrama - Amor à Vida detected.

Y a mucha honra: Café, com aroma de mulher


Depois de muito tempo, volto com a coluna "Y a mucha honra", para relembrar clássicos estrangeiros. E como segunda temos uma estreia no nosso amado SBT, vamos falar desse clássico que não é mexicano como a maioria, mas vem da Colômbia para conquistar multidões e entrar pra lista das 20 melhores novelas da People - que eu não concordo, mas nem ligo, porque os norte-americanos não entendem de novelas. Enfim, a novela que estou falando é Café com Aroma de Mulher, exibida originalmente entre 1994 e 1995 e transmitida no Brasil, de março a setembro de 2001. Confira a abertura original, criada pelo canal RCN Televisón, e cantada pela atriz principal e uma das maiores cantoras da Colômbia.


A trama começa com a morte de Otávio Vallejo, uma dos maiores proprietários de café do país. Devido a tal fato, sua família, que está espalhada pelo mundo resolve voltar para o sepultamento do patriarca. Com o reencontro e a morte de Otávio, ocorre uma séria briga entre os filhos dele, Francisco (Gerardo de Francisco) e Rafael (Gustavo Corredor). Com as propriedades dividas, o testamento de Otávio exigia que os bens só poderiam ficar nas mãos dos homens da família, passando de geração em geração. Sendo assim, caso Francisco morresse quem tomaria posse seria Ivan (Cristóbal Errázuriz), e caso Ivan viesse a faltar, seria seu filho quem tomaria o lugar. 


No caso de Rafael, seria Sebastião (Guy Ecker), e sucessivamente seu filho. Mas Sebastião sofria de problemas psicológicos, que o impediam dele se apaixonar, e futuramente gerar frutos que pudessem herdar seus bens. Dessa forma, Ivan se aproveita da situação, pois caso Rafael e Sebastião faltem, todos os bens iriam para suas mãos. 


Porém, nem tudo está perdido para Sebastião. Em um belo dia, ele ouve um cantarolar ao longe e resolve ver de quem se trata. Descobre-se que é uma apanhadora de café que sempre aparece na região por volta de outubro em busca de trabalho. Seu nome é Gaivota (Margarita Rosa de Francisco). 


Os dois acabam se envolvendo, às escondidas, por conta da família preconceituosa de Sebastião. Porém, o rapaz deve voltar pra Londres, para concluir os estudos. Os dois fazem um pacto de se reencontrarem depois de um ano, quando Sebastião retornasse ao Brasil. Porém, o que ninguém imaginava é que do envolvimento dos dois, Gaivota estaria grávida. A moça resolve viajar para a Europa com o intuito de encontrar seu amado, chegando lá, cai nas lábias de uns malandros e acaba se tornando prostituta no velho mundo #basfond. Quando Sebastião retorna ao país, fica sabendo do destino de Gaivota na Europa e resolve dar um rumo em sua vida, se casando com uma amiga sua, apaixonada por ele, a fria Lúcia (Alejandra Borrero). 

 
Gaivota então perde a criança e consegue retornar ao Brasil. Chegando aqui, ela encontra Sebastião casado e aparentemente feliz ao lado de Lúcia.  Ao longo da trama, ocorrem encontros e desencontros, mas enfim, um término feliz para o casal. 

Curiosidades: Foi uma das novelas mais assistidas na Colômbia, só perdendo o pódio anos depois, com a transmissão de Yo soy Betty, la fea (1999). E não foi só no México que foi um fenômeno, aqui ela conseguiu bater entre 17 e 20 pontos, números altíssimos para o SBT - ainda mais se comparar com a audiência de hoje em dia das emissoras -, até porque ela competia com a trama Porto dos Milagres da Rede Globo. Durante sua segunda transmissão aqui, conseguiu ser líder de audiência no turno da tarde, em seu último capítulo. Ganhou um remake da mexicana Televisa, com o nome de Destilando Amor (2006); a versão foi um fiasco aqui no Brasil e a emissora do tio Sílvio cancelou a transmissão, assim, do nada, como adoram fazer.

Fonte: Wikipédia, Telenoveleiros

Vitrola: Corpo Dourado Nacional


Para na posição, que hoje tem uma das trilhas mais ecléticas que a "Vitrola" já fez - mesmo só tendo feito uma, rs. Escrita por Antônio Calmon, Corpo Dourado fez sucesso em 1998 com o slogan "Vem aí um verão inesquecível". Mostrando a saga da caipira fazendeira Selena (Cristiana Oliveira) e seu eterno amor, o delegado Chico (Humberto Martins), a novela teve uma das trilhas nacionais mais executadas daquele ano. Não se lembra? Pois eu refresco sua memória... 

A trilha começa com Andrea Bocceli. E você me questiona, mas não é nacional? Lhes digo que ele estava na companhia dela, a diva (e grávida) Sandy Leah. Quem não se lembra do sucesso "Vivo Por Ella", um mesclado de italiano com português que encantou muita gente. A canção ocupou o lugar 79º das mais tocadas nos idos de 98. Na trama foi tema do casal Tadeu (Pai do Fiuk ♥ vulgo Fábio Jr.) e Judy (Giovanna Antonelli), um dos casais destaques da novela.

Já que a novela se propunha a falar de um verão inesquecível, não podia faltar um axé na trilha. E foi com Netinho que o sucesso de "Pra te ter aqui" veio à tona, sendo inclusive usado nas chamadas da novela. Na trama, ela foi tema geral dos personagens e da cidade fictícia de Marimbá. O sucesso de Netinho ocupou o 80º lugar das mais tocadas daquele ano - coincidência ou incompetência de quem criou o site do qual tirei a informação, rs. 
Outro sucesso foi a canção, sempre melancólica, de Michael Sullivan, "Coração Vazio". O cantor e compositor é conhecido das trilhas de novelas, tanto que ele já emplacou sucesso em trinta novelas, só da Rede Globo. Na novela de Calmon, foi tema de um dos protagonistas, o mimado Arturzinho (Marcos Winter). Ele começava a disputar o amor de Selena com Chico, para alegria de Amanda (Maria Luísa Mendonça), que largou Arturzinho no altar para se casar com o delegado, com tal envolvimento do rapaz mimado, ela vê Chico se distanciando de Selena. 
Agora, se você não se lembrar da próxima, merece uma surra de vara (e não é nada disso que você está pensando). A versão brasileira de "Achy Breaky Heart", sucesso de Billy Ray Cyrus, se tornou sucesso na voz da dupla Chitãozinho e Xororó. "Pura Emoção" era tema de Selena e descrevia bem a personagem arisca, confira um trecho...
Jeito de cowboy, num corpo de mulher, do tipo que não olha pra ninguém. E ela não da trela, mas acho que espera, e sabe que o amor um dia vem.
Lembrou, né?! Pois é, agora confira aqui esse ícone do sertanejo. 
Bom, a próxima eu prefiro nem comentar muito, porque nem precisa. Deborah Blando já é sinônimo de sucesso e tem lugar cativo em meu ♥ . Cantou a música de abertura da novela, que era uma versão da canção em inglês "I'm not in love", original do grupo 10cc e regravada por Will to Power, um grupo trash ousado dos anos 80/90. Essa última versão inclusive, fez parte da trilha de Meu Bem Meu Mal (1990). A versão tupiniquim da abertura rendeu a posição 65º daquele ano. Confira a abertura da trama:



Agora confira a versão completa da canção:
Por falar em celebridades que causaram nos anos 90, como não lembrar de Patrícia Marx. Quem viveu, sabe do que eu estou falando. Ela conseguiu emplacar uma canção no disco nacional da novelinha mexicana Carrossel, original! A ex integrante do Trem da Alegria conseguia trazer de novo um sucesso dos Paralamas do Sucesso, a música "Me liga". Foi tema da romântica Judy e ganhou regravações futuras, como a de Ivete Sangalo. Confira a versão de Patrícia Marx.
Por falar em romântica, o troféu 'música pra fossa' vai para o meu amado Paulo Ricardo. Quem nunca sofreu ouvindo a canção "Dois" não sabe o que é sofrer por amor. Também, a canção foi escrita em parceria com Michael Sullivan, como eu já citei, o rei do melodrama musical. Foi o maior sucesso do disco, ocupando o posto de 26º posição das mais tocadas no ano. Na trama, foi tema de Billy, o agente secreto infiltrado na Praia dos Amores, em Marimbá, se passando muitas vezes por um mau caráter, que não é. 


Fonte: Memória Globo


Mas os clássicos também tem vez em Corpo Dourado, um dos sucessos foi BLITZ, ex grupo de Fernanda Abreu e Evandro Mesquita. A canção "Choveu" fez parte do álbum Línguas, lançado pela banda em 1997. Na realidade esse disco foi uma reunião dos ex integrantes para gravar esse álbum, já que o grupo acabou realmente em 1984, quando foi desfeito. Desde então, os trabalhos apresentados por eles são apenas reuniões corriqueiras para relembrar o passado e os sucessos. Na novela, a música era tema do Nilo Renato (José de Abreu), que era um pai de família zeloso e um hábil surfista. É ficção, tá gente?!


Fonte: Conta Mais


Falando em clássico, como esquecer de Rita Lee, a dama das trilhas sonoras. A canção "O que você quer" era tema do protagonista Chico, e veio do disco Santa Rita de Sampa, que continha também o sucesso "Dona Doida", tema de abertura da novela Zazá (1997), a antecessora de Corpo Dourado
Agora clássico mesmo era Cláudia Telles, com sua tristona "Se todos fossem iguais a você", um clássico samba-canção de Vinícius e Tom. Na novela foi tema da reprimida Hilda, mãe da vilã Amanda, com quem tem uma relação muito hostilizada. Mas depositou na caçula Lígia (Fernanda Rodrigues) todo o seu carinho em amor em decorrência das crises com a filha mais velha. 
E teve também Daúde, pouco conhecida do grande público. A música "Quase" representava bem a personagem frustrada Amanda. Acompanhe um trecho:
Quase fui feliz um dia. Lembrar é quase promessa. É quase quase alegria, quase fui feliz à beça.
Pois é, na base do quase, a moça acabou surtando na novela, literalmente. Confira a canção:


Fonte: Falando sobre novelas


E como não citar Cidade Negra, que ocupou o 67º lugar das mais tocadas de 98 com sua "Realidade Virtual". A canção foi tema do personagem Nando (Lui Mendes), um promessa pros jogos olímpicos, mas que acaba sofrendo um acidente e perdendo suas chances. Ele resolve tentar de tudo, com o apoio de Noêmia (Isabel Filardis), sua esposa e fisioterapeuta. 
 Além desses sucessos teve ainda outras duas canções. "Grama Verde", a canção meio zen de Adriana Maciel, tema de Lígia. 
E "Hanime", de Ive, tema da personagem Clara (Mônica Carvalho) que ficou muda após um trauma por conta da morte da mãe. 
 
Fonte: Revista Quem


Confira a faixas na ordem de lançamento do disco e a capa original.

  1. "Vivo Por Ella" - Andrea Bocelli & Sandy
  2. "Pra Te Ter Aqui" - Netinho
  3. "Coração Vazio" - Michael Sullivan
  4. "Pura Emoção (Achy Breaky Heart)" - Chitãozinho e Xororó
  5. "Somente o Sol (I'm Not In Love)" - Deborah Blando
  6. "Realidade Virtual" - Cidade Negra
  7. "Grama Verde" - "Adriana Maciel"
  8. "Choveu" - Blitz
  9. "Dois" - Paulo Ricardo
  10. "O Que Você Quer" - Rita Lee e Roberto de Carvalho
  11. "Quase" - Daúde
  12. "Hanime" - Ive
  13. "Me Liga" - Patrícia Marx
  14. "Se Todos Fossem Iguas a Você" - Claudia Telles part. Sylvinha Telles

Fonte: Teledramaturgia, Wikipedia, Memória Globo, Mofolândia.