Replay: Paraíso Tropical


Todos querem conhecer o paraíso tropical, você é nosso convidado...

Assim era anunciada a novela de número 69 (juro que foi coincidência, rs) do horário mais cobiçado da TV brasileira. Mais uma obra criada pela parceria entre Gilberto Braga e Ricardo Linhares, a novela foi ao ar de março a setembro de 2007 e tinha o bairro de Copacabana (RJ) como principal personagem da trama. Vamos relembrar esse sucesso que teve direção geral de Dennis Carvalho e José Luiz Villamarim.

Encontros e desencontros

Fonte das imagens: Memória Globo

Paula (Alessadra Negrini), a mocinha sonsa da história mora em Marapuã (BA) e trabalha como gerente de uma pousada em uma cidade vizinha. Ela é filha de Amélia (Nossa Diva Susana Vieira), dona de um famoso prostíbulo em Marapuã, cidade para qual Daniel (Fábio Assunção) viaja para tratar de negócios da empresa em que trabalha, o poderoso Grupo Cavalcanti. O primeiro empecilho do jovem rapaz na trama é justamente a "casa noturna de lazer" da mãe de Paula, que pode atrapalhar os seus negócios. Daniel tenta convencê-la a fechar o recinto, mas relutante, ela discute com o rapaz, e assim que ele deixa o local, Amélia acaba passando mal e indo para o hospital. Enquanto isso, Daniel vai praticar windsurf para relaxar (mesmo sabendo que estava vindo uma tempestade, porque mocinho é assim, acha que tem super poderes) e acaba sofrendo um acidente. Paula que estava passando pelo local com uma lancha o resgata e o leva para uma ilha deserta na esperança da tempestade passar. Ela não passa, mas eles não perdem tempo e acabam tendo um caso, e até fazendo juras de amor eterno (temos dois piscianos aqui, só pode). Daniel até comenta com Paula sobre o "probleminha" que ele está enfretando, mas Paula se faz de sonsa  e finge que nem conhece Amélia, para não decepcionar o rapaz. Depois que eles voltam para a realidade cidade, Paula descobre que sua mãe está no hospital e vai vê-la; ao chegar lá Amélia lhe revela o segredo que Paula não é sua filha biológica. Mas dá pistas para a moça que ela tem um avô (ótima informação, hein Susu?!). Paula resolve bisbilhotar as coisas de Amélia e encontra pistas do tal avô no Rio de Janeiro.

Na teia de Olavo e Bebel

Olavinho é tipo a gente atendendo o interfone e Bebel é tipo a gente no primeiro date com o boy gato

Enquanto isso, Olavo (Wagner Moura) planeja de tudo quanto é maneira passar a perna em Daniel. O moço fica sabendo do prostíbulo na cidade de Marapuã e resolve ter uma ideia ardilosa, envolvendo prostitutas e menores de idade. Ele planeja uma festa no quarto ao lado de Daniel e com ajuda de Jáder (Chico Diaz), eles conseguem infiltrar Telma (Isis Valverde) no quarto do mocinho com o intuito de acusarem-no de pedofilia (sim, Isis fez papel de menor de idade). Quando Daniel retorna ao hotel, ele se depara com a polícia. Por sorte, ele pode contar com Paula como seu álibi.
Outra peça chave é Bebel (Camila Pitanga), prostituta do casa de Amélia, que ajuda Jader e Olavo no golpe. A moça vai até o aeroporto no mesmo dia da viagem de Paula e Daniel para o RJ. Ela chega lá com a lorota história que vai para Manaus trabalhar de recepcionista em um hotel, porém, do nada, a prostituta tem um rompante de que quer ver sua família em MG e resolve deixar Paula ir em seu lugar para Manaus (que pessoa boa né, gente?! tô até emocionado). Paula recebe então um telefonema de Daniel que a faz querer aceitar a proposta da "amiga". Olavo grampeou as ligações de Daniel e editou formulando uma frase na qual ele ofende Paula por ser filha de Amélia. Paula quando ouve fica arrasada e embarca para Manaus.

A gêmea má

Daniel então volta para o Rio sem notícias de Paula...


Certo dia, enquanto anda pela rua, ele observa uma moça idêntica à Paula, e resolve abordá-la, mas ela o trata de maneira ríspida e ele fica novamente sem entender nada. Apenas deduz que pode ser outra pessoa, talvez uma irmã gêmea de Paula. E realmente é... a maquiavélica Taís. A jovem não tem onde cair morta, mas não desce do salto (Taís nos representa). Ela namora Cássio (Marcello Antony) e vive com o avô Isidoro (Othon Bastos) e seu "tio" mala Zé Luis (Vitor Novello). Taís ganha a vida revendendo produtos Jequiti joias feitas pelo ourives Evaldo (Flávio Bauraqui), mas na verdade a moça é trambiqueira mesmo. Ela passa uma quantia bem menor para Evaldo de tudo que é vendido, além disso mente para os clientes que ela é representando de um designer italiano (ai, to rindo hahaha).

Mostra tua cara

Depois de um tempo, Daniel encontra a verdadeira Paula e eles descobrem que foram vítimas de um plano de Olavo. O mocinho alega isso, pois desconfia que Olavo nunca o suportou, porque Daniel teve tudo e era o pupilo de Antenor Cavalcanti (Tony Ramos), sendo esse o maior sonho de Olavo. Diante de toda verdade, Daniel e Olavo começam a travar brigas para mostrar quem é o melhor executivo do grupo.


Já Paula continua caindo nas histórias de todo mundo e acredita que Taís é uma pessoa boa. Até que um dia Taís tem mais um plano mirabolante em que Paula será a grande vítima. A vilã é acusada do assassinato do ourives Evaldo, para sair ilesa de tal acusação ela tem a ideia de matar a gêmea boa e assumir seu lugar. O plano seria perfeito, não fosse pelo surgimento de Olavo salvando Paula do acidente do barco. O vilão usa de tal feito para chantagear Taís, enquanto isso ele mantém a mocinha dopada em uma clínica longe dos olhos de todos. Olavo pede a Taís que ela consiga uma assinatura de Daniel para ele seja acusado de corrupção na empresa. Ela consegue a assinatura e Olavo consegue atingir seu objetivo com o apoio de Lutero (Edwin Luisi), seu ex sogro do passado. Para que seu plano seja perfeito, Olavo ainda se envolve com sua ex, a filha de Lutero, Alice (Guilhermina Guinle), que acaba se tornando a maior inimiga de Bebel, agora amante do vilão.

"Num vou gastar minha catiguria com você não" -- melhor pessoa

As duas faces de Antenor Cavalcanti

Antes de continuarmos a história, vamos relembrar de uma peça importante na história. Antenor era um homem poderoso, dono do Grupo Cavalcanti e sempre teve em Daniel uma inspiração. Ele era casado com Ana Luisa (Renée de Vielmond), com quem teve um filho. Daniel era filho do caseiro de Antenor, mas sempre fora criado como um dos moradores da casa. Depois da morte do filho do empresário, Daniel passa a ser a inspiração para ele.

Antenor tem uma dualidade de personalidade que se percebe ao longo da trama. Apesar de um casamento sólido, ele tem uma relação extraconjugal com a advogada Fabiana (Maria Fernanda Cândido). Essa relação acaba sendo descoberta por Ana Luisa que rompe o casamento de anos. Além disso, Antenor armou um plano para afastar Paula de Daniel. Ele acreditava que a moça seria uma ameaça para seu funcionário, vendo nela uma golpista. Então ele chama Taís para ajudá-lo a separar os dois.

Ao longo da história, Antenor descobre o amor verdadeiro novamente nos braços de Lúcia (Glória Pires), que inclusive é quem o coloca as rédeas para se tornar um homem melhor.


Chantagens e mais chantagens

Voltando à trama principal, Taís se vê desesperada diante de tanta chantagem de Olavo e ainda tendo que fingir ser Paula. E tudo piora quando Paula consegue sair da clínica e surge fingindo ser Taís. A vilã se desespera e planeja fugir do país com o atual namorado, Ivan (Bruno Gagliasso). Para isso, ela precisa do dinheiro que vai encontrar nas mãos de Antenor. Como no passado o empresário lhe pediu ajuda (como citei anteriormente), ela o chantageia dizendo que se ele não lhe der o dinheiro, ela conta toda a verdade para Daniel. Antenor aceita a chantagem, mas antes de entregar-lhe o dinheiro, Taís é assassinada. E eis que surge o mistério da novela...

Quem matou Taís? ou A história de Ivan


A clássica: Você?!

Sem mais delongas, o assassino de Taís foi Olavo. Ele matou a inimiga pois ela descobriu a verdade sobre seu meio irmão, Ivan. No passado, a maravilhosa Marion (Vera Holtz) engravidou de um poderoso milionário na tentativa de dar lhe um golpe, mas acabou perdendo a criança. Sendo assim, ela resolveu adotar uma criança e eis que surge em seu caminho o filho de Antenor com uma caseira da família. Como o plano de Marion com o milionário não deu certo, Ivan foi criado como sendo filho do motorista.

Olavo tinha como meta herdar toda a fortuna de Antenor, para isso, ele mataria o irmão, a mãe e o empresário. O vilão conseguiu uma assinatura de Ivan lhe deixando tudo caso morresse, quando ele lhe deu um táxi. Ivan sem desconfiar que pudesse herdar algo mais, assinou sem nem titubear. Porém, quando Taís descobriu tudo e ia contar para Ivan, Olavo resolveu tirá-la do caminho. Ao final da novela, Olavo chega atordoado na casa da mãe, fugindo da polícia e nesse momento surge Daniel com uma arma atrás do vilão. Olavo sai do quarto com Ivan de refém e nesse momento surge Antenor, alegando ser pai de Ivan. Olavo então se desespera com os gritos e acaba soltando Ivan, que pega a arma das mãos de Daniel (que nessa altura parece casa de pobre, porque surge gente até de onde não tem possibilidade) e atira em Olavo, que também atira nele. Os dois morrem.



O casal indeciso

Fonte: Extra
Gustavo (Marco Ricca) e Dinorá (Isabela Garcia) é um casal que vive às turras, até que uma hora ele resolve sair de casa. A mulher não aceita a separação e faz de tudo para que eles possam voltar, inclusive namorar o motorista da família Cavalcanti para fazer ciúmes em Gustavo. Ele, por sua vez, parece não se importar e leva a vida feliz ao lado de Gilda (Luli Miller) com quem planeja se casar. Apesar de toda as armações de Dinorá, Gustavo está prestes a subir ao altar com Gilda quando descobre que ama realmente sua ex mulher. No final da trama eles casam em uma cerimônia religiosa, como sempre sonhou Dinorá.

A conturbada relação de Joana e Neli

Neli (Beth Goulart) é uma mulher amarga que não aceita sua condição de classe média (aceita fia, que dói menos). Seu sonho é que suas filhas se casem com homens de posse e que ela possa se tornar uma personagem de Manoel Carlos e ir morar no Leblon. Mas seu marido, Heitor (Daniel Dantas) não se esforça muito para sair de sua atual situação financeira. E as coisas entre eles piora quando ele é rebaixado de cargo e quem assume o cargo de seu chefe é o jovem Fred (Paulo Vilhena). Heitor então pede demissão e resolve seguir seu sonho de seguir na área da gastronomia. Neli surta e termina o casamento, mas além disso ela tem que lidar com sua família desmoronando, já que sua relação com a filha Joana (Fernanda Machado) não é das melhores.

A jovem moça caiu no golpe de um ex namorado, Umberto (Sérgio Marone). E tudo piora porque Neli nunca apoiou o relacionamento dos dois. Quando Umberto rouba todo o dinheiro que ele e Joana juntaram para abrir um negócio, Neli simplesmente faz aquilo que mais odiamos na vida, solta um: EU TE AVISEI! E tudo ainda fica pior ainda (sim, sempre pode piorar, miga) quando Joana descobre que seu verdadeiro pai não é Heitor, mas sim Jader (isso mesmo, o cafetão lá do começo da história).


A moça então pira, resolve virar prostituta para agredir a mãe, até que encontra o amor nos braços de Cássio, o ex namorado de Taís. Ele que sempre teve em mente que suas relações seriam passageiras viu nela uma forte ligação para seguirem uma vida juntos. Cássia teve um caso no passado com Lúcia, com quem teve um filho, Mateus (Gustavo Leão). Porém, ele pediu para que ela tirasse o filho ou caso tivesse, ele nunca assumiria a criança. Ao longo da trama os dois se aproximam e eis que surge um grande elo entre pai e filho.


O triângulo amoroso que tanto amamos

Fonte: G1
Fred conhece a filha de seu funcionário Heitor, Camila (Patrícia Werneck), por quem acaba se apaixonando. Os dois então começam uma relação que da parte da moça ainda é muito duvidosa. E tudo piora quando ela conhece Mateus, por quem se sente atraida. Camila e Mateus apenas flertam, pois a jovem se sente na obrigação de se dar bem com Fred, pois o emprego de seu pai seria ameaçado caso os dois não dessem certo. No meio da história surge Fernanda (Juliana Didone), a irmã adotiva de Fred. Ela é apaixonada pelo "irmão" e ao perceber que Camila se envolveu com Mateus no passado, ela passa a sair com o rapaz de modo que a cunhada passe a ter ciumes dele e demonstre isso para Fred. Ela consegue fazer com que Camila e Fred terminem e a jovem vai atrás de Mateus, mas ao se reaproximar dele, ela percebe que sempre amou Fred, de quem vai atrás. Fernanda, por sua vez, acaba sendo rejeitada por Fred que sempre a viu como irmã, apenas.

Os romances paralelos

A novela foi recheada de casais que agradaram o público. Um deles foi vivido pela esposa traída, Ana Luisa e pelo jovem Lucas (Rodrigo Veronese). O moço era melhor amigo de Daniel e passou um tempo na Europa onde se formou. Ao voltar para o Brasil reencontra o amigo e conhece Ana Luisa, com quem vai viver um intenso romance.

Outro casal que não foi motivo de motim (dessa vez) foi Rodrigo (Carlos Casagrande) e Thiago (Sérgio Abreu). Gilberto e Ricardo os inseriu na trama sem dilemas no sentido de sair do armário ou serem bem aceitos pelos outros núcleos. Todos da novela se davam bem com os dois personagens, apesar de algumas leves relutâncias que sabemos ser comum na vida de casais homossexuais, infelizmente.

E viveram felizes para sempre...

No final da trama, obviamente Paula ficou com Daniel, Antenor com Lúcia, e todos os casais mais ou menos foram felizes. Os vilões que não se deram muito bem na trama. Nossa diva Marion virou camelô para conseguir pagar os boletos no fim do mês.

Quando tem saldão de brusinhas

Jader morreu durante uma fuga da polícia. E foi arder no mármore do inferno com os outros defuntos da trama: Taís, Olavo e Ivan. Já a Rainha Bebel, terminou dando depoimento na CPI sobre sua relação com um senador em Brasília. Diva, né mores?!

Meu sonho mesmo é ser apresentadora de TV

Assim, finalizo meu Replay de hoje! Até a próxima amiguinhos!



Um bom lugar para encontrar: Copacabana


Hoje volto com o clássico Replay, onde relembramos clássicos da teledramaturgia. Porém, fiz uma leve mudança, agora às quartas serão lançadas curiosidades das novelas escolhidas e na sexta postarei a história propriamente dita. Vamos começar hoje relembrando as curiosidades dessa trama desenvolvida pelas mãos da dupla Gilberto Braga e Ricardo Linhares.

A novela foi exibida de 05/03/2007 até 28/09/2007, ou seja completa 10 de sua transmissão esse ano, e pra mim, em especial foi muito marcante, porque me lembra meu pai, que adorava.

Entra e sai


Fonte das imagens: Memória Globo

Para quem não se recorda (e como disse, lembraremos toda a trama na sexta), a novela se apoiava em um dos maiores clichês da dramaturgia mundial, a gêmea boa e a gêmea má. A história de Paula e Taís estava sendo escrita para ser vivida por Cláudia Abreu, porém diante de sua gravidez ela teve de deixar as gravações abrindo a vaga para um novo nome. Dentro os cogitados estava o de Alessandra Negrini. Gilberto Braga disse:

Sobre a escalação de Alessandra Negrini para viver as gêmeas da novela, Gilberto Braga comentou para André Bernardo e Cíntia Lopes no livro “A Seguir Cenas do Próximo Capítulo”:
“A princípio, eu queria Cláudia Abreu para o papel das gêmeas, mas ela engravidou. A Alessandra Negrini é competente, mas não tem o carisma da Cacacu.”(Fonte: Teledramaturgia)

E realmente, na época Alessandra até se deu bem para viver a gêmea má, mas as críticas não foram das melhores quanto à sua atuação no papel de Paula, a gêmea sonsa boa. E por falar em substituição, Paraíso Tropical causou nesse sentido, o que mais teve foi troca de ator. A personagem Marion Novaes, vivida por Vera Holtz havia sido escrita para Joana Fomm, que inclusive chegou a gravar algumas cenas. Porém, em decorrência de um problema de saúde, ela teve que se afastar. Outro que não era pra ter sido foi Wagner Moura, que brilhou no papel do vilão Olavo. Segundo nota do próprio Gilberto Braga, o papel havia sido pensado para Selton Mello, que preferiu o cinema. E seu par também deveria ser outro, a prostituta Bebel deveria ser interpretada por Mariana Ximenes, que recusou o papel por estar emendado muitos trabalhos.

Uma noite de "catiguria" em Copacabana


Tudo na trama girava em torno do bairro da zona sul carioca. Inclusive o (então) submundo da prostituição, que era um dos pilares da novela. Na época, ainda tido como um tabu, essas tramas foram responsáveis por elogios e críticas à novela. Segundo informações, Paraíso entrou no ranking "Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania" (Fonte: Wikipédia), por conta das várias cenas de sexo e violência. 
Maaaaas, a mesma trama paralela que recebeu críticas foi dona de vários elogios e agradou a muitos telespectadores. E o porquê se resume a um mero apelido: Bebel. A garota de programa vivida por Camila Pitanga foi a queridinha da trama e fez do vilão Olavo um personagem alvo de torcidas. Camila fez tão bem o papel que surpreendeu o próprio Gilberto ou de certa forma mudou o rumo da sua personagem. Quando ela entrou no lugar de Mariana Ximenes, Gilberto disse que acreditava na capacidade de Camila, mas achava que ela não faria bem uma personagem tão má. Todavia, Camila simplesmente 'lacrou' ao dar vida à Bebel, com direito a bordões e cenas épicas, como a do casamento primaveril em pleno outono. (risos)


Elas voltaram

Daisy Lucidi e Reneé de Vielmond, duas atrizes de renomes que estavam sumidas da TV voltaram em Paraíso Tropical. Daisy ainda teria seu ápice da atualidade alguns anos depois, quando viver em Passione a inescrupulosa avó da vilã Clara (Mariana Ximenes). Reneé de Vielmond no entanto não voltou mais às telas da TV após encarnar a esposa traída, Ana Luisa. Seu convite seria para atuar apenas nos primeiros 60 capítulos, diante do tamanho sucesso da personagem, os autores a chamaram para voltar à novela.



Mulheres de Areia em um Paraíso Tropical?

Pois é, não bastasse a semelhança com a história de Ivani Ribeiro, a trama de Paula e Taís seguiu o mesmo ritmo da história de Ruth e Raquel. Ambas passaram por um acidente no meio da trama, do qual uma das gêmeas voltando fingindo ser a que "morreu". Sendo assim, tanto Alessandra Negrini quanto Glória Pires tiveram de encarnar quatro personagens, cada. Paula, Taís, Paula fingido ser Taís e Taís fingindo ser Paula. Faltou só um Tonho da Lua, hein Gilberto?!

A Abertura

O início da abertura mostra um local que se assemelha a uma ilha deserta e ao passo que a câmera percorre, notamos que se trata do bairro de Copacabana. Hoje em dia, com a facilidade dos drones, diria que essa abertura não seria digna de nenhuma inovação e digo mais, seria de uma facilidade tremenda. Mas na época, a Rede Globo usou um helicóptero para captar as várias imagens do bairro, ideia essa sugerida pelo próprio Gilberto Braga, segundo consta no Memória Globo. Acompanhe a abertura:



Trilha Sonora

A trilha foi um show a parte, na minha opinião. Aliás, eu sempre amo as trilhas sonoras de novelas do Gilberto Braga. São na minha opinião as melhores, juntamente com as de Manoel Carlos. Tivemos grandes sucessos nacionais inéditos como Carvão, Cabide e Espatódea. E clássicos originais ou regravados como Olha, Eu preciso dizer que te amo, Impossível acreditar que perdi você. A trilha internacional também não deixou nada a desejar e várias canções foram sucesso naquele ano, como as inéditas You give me something e Last request (Que eu amor loucamente). E também regravações famosas como a dramática Without you e a atemporal Have you ever seen the rain. Confira as duas trilhas no nosso perfil do Spotify. Algumas canções não são as originais da trama, porque não constavam no app, mas assim que colocarem eu atualizo as playlists. 

Trilha Nacional


Trilha internacional




Na trilha: Por Amor Nacional


Olar amiguinhos, voltei com o blog para preencher meu tempo de ócio nesse oportuno período sabático da minha vida. Mas não voltei apenas por isso, voltei porque felizmente estou com tempo de sobra para ver as novelas e poder criar postagens sobre a teledramaturgia nacional e mundial (mexicana para ser mais exato, rs). E claro, eis um amor do qual nunca me desvencilhei: as novelas. E olha que quem vos fala é um desapegado de signo de ar que enjoa de absolutamente tudo na vida.

Vamos parar de conversa fiada e vamos ao que interessa. Sucesso não somente na Rede Globo, mas no canal pago Viva, a novela Por Amor, de Manoel Carlos arrastou um legião de fãs e nesse ano (para ser mais exato, no meu aniversário) completa 20 anos de suas estreia - sim, estamos velhos e Deus tá jogando isso na nossa cara a todo momento. Bom, dado esse fato importantíssimo, o Viva re-reprisou a novela e isso causou um certo burburinho nas redes sociais. Mas como a emissora da Globosat não é obrigada a nada, ela deixou a gentalha falando e reprisou a reprise, PORQUE SIM!

E mesmo assim, a novela tem bons índices, mesmo sendo transmitida às 23h30. Mas mais do que uma sinopse rica, a novela tem uma trilha sonora de deixar qualquer serumaninho feliz. E hoje vamos relembrar essa trilha e aproveitar para avisar vocês que agora temos um perfil no Spotify, onde colocarei trilhas inesquecíveis (lembrando que valem pedidos, rs). Sendo assim, a trilha já está disponível quase inteira (faltou uma canção) no nosso canal.

Apesar de foco da novela ser a troca de bebês, o casal que mais agradou a todos estava longe de ser a insuportável Maria Eduarda (Gabriela Duarte) e o machistinha convicto Marcelo (Fábio Assunção). Nando (Du Moscovis) e Milena (Carolina Ferraz) roubaram a cena e conquistaram o Brasil.

Fonte: Cena aberta

Teve banho de chuva, teve tatuagem, teve vexame com a mãe por causa do boy. Teve babado, confusão e gritaria, mas no fim eles ficaram juntos. Aliás, ficaram tão juntos que a música tema deles foi eternizada na trilha da novela e no ouvinho de todo país. Palpite, na voz de Vanessa Rangel ficou em segundo lugar das mais tocadas naquele ano.



Outra canção que embalou o começo do romance do casal foi na voz de Fábio Jr. A música Só você foi uma das mais tocadas no ano (parecia zoeira, mas juro que ela ocupou a posição 69, apenas risos) e também é lembrada até hoje.


Outro clássico dessa trama de Manoel Carlos foi Per Amore, cantada por Zizi Possi. Eu estou acompanhando a reprise e confesso que chega a me irritar, porque muda a trilha, mas ela permanece, intacta. Foi tema do casal Atílio (Antônio Fagundes) e Helena (Regina Duarte).

Fonte: GShow

Ficou em 47º lugar e teve até clipe divulgado no Fantástico, mas mais importante que tudo isso, ela foi regravada por nossa diva maior, amada por milhões de brasileiros, Suzana Vieira. Segue a versão original e claro, a versão da Suzaninha no Faustão.



Diva, né mores

Falando na diva, naquela que não tem paciência para quem está começando, essa cantoria dela tem um porquê. Suzana gravou um CD com músicas de novelas que ela participou. Apesar dessa música ser tema da rival de sua personagem, ela gravou para mostrar que nem só de Helena viveu Por Amor.

Fonte: Zero Hora

Branca Letícia de Barros Mota, o ícone das maldades ou pelo menos das alfinetadas da seguda metade dos anos 90. A personagem foi uma das melhores "vilãs" de Manoel Carlos, rejeitava os filhos, amava descaradamente outro que não seu marido, armava contra o genro etc e etc. E nem venha falar que ela não descia do salto, porque barraco era com ela mesma. Já esbofeteou Isabel, Milena, já quis atear fogo na filha, além de lhe jogar bebida. E eu ainda ouso dizer que únicas pessoas que ela amou durante toda a novela foi seu filho Marcelo e seu amado Atílio. E para embalar esse sofrimento oculto da espera pelo amado que nunca chegou, a canção tema da personagem foi justamente Enquanto Espero, de João Bosco.


Já que estamos no núcleo Mota, vamos falar do casal mais insosso Maria Eduarda e Marcelo. O maior dilema do casal não eram os boletos pra pagar, porque isso é preocupação de gente comum, né mesmo? O dilema da "mocinha" da trama era ter um FILHO HOMEM do amado.

Fonte: Canal Viva

E ela sofreu, viu gente. Quando perdeu a criança da primeira vez ficou tão sem rumo que ficou desmaiada no hospital por dias. Recuperada, ela engravida novamente, e o filho nasce morto. Eis que entra Helena em cena dando-lhe o bebê vivo. Enfim, todo o drama de Eduarda foi embalado pela canção Nem um dia de Djavan. E haja "um dia frio, um bom lugar pra ler um livro"...



Ainda na família Mota, precisamos falar sobre meu crush, Leonardo (Murilo Benício). Gente, se tem alguém canceriano nessa novela é o Leozinho.

Fonte: Pandlr

O rapaz cuida de todo mundo. Inclusive dos pais que o tratam pior que a Inés (cadelinha maravilhosa da Meg). E o moço ainda sofre de um amor unilateral pela Laura (Viviane Pasmanter), que também o faz de trouxa. Leozinho levou o troféu trouxa de 1997 e nem precisou de candidato pra disputa. Bom, sua canção é bela, porém melancólica Abrazame Asi, na voz de Roberto Carlos.


Se Leo era o trouxeane da vez, Laura era a putiane, né?! A moça dava em cima de Marcelo mesmo casado. Se infiltrou na casa do crush através do irmão para tentar dar em cima mais uma vez dele. E sem êxito, ela simplesmente começou a mandar toques - e não estou falando do gemidão do WhatsApp - para Eduarda durante a gravidez. Aprendeu direitinho com a ex sogra, Laurinha.

Fonte: Canal Viva

Sua canção era Às vezes nunca, na voz de Verônica Sabino. Acompanhe um trecho e veja quão perfeita foi a escolha da canção, que fala justamente de uma "paixão congelada", de um amor que aconteceu, mas algo o tornou diferente e ela não o reconhece mais, porém ainda mantém o mesmo sentimento.

Te vejo e pareço louca
Sem memória, sem estória
Até que alguma canção,
Algum cheiro ou expressão
Me faça te ver de novo
Mas é rápido
É quase pouco
E nem dói nada
Nossa paixão congelada


Mas como de amor não correspondido viveu Por Amor, vamos falar de outro potencial a crush jovem que cultivou um amor praticamente eterno, César (Marcelo Serrado).

Fonte: Programa Atualize

Apenas Ele amava a Eduarda desde criança, quando eram vizinhos. Teve outros relacionamentos, mas nunca a esqueceu. E seu tema foi a intensa Paralelas, canção de Belchior na voz de Elba Ramalho. E talvez a escolha da canção tenha sido feita, porque César vivia isolado no amor que ele próprio criou pela Eduarda e sua maior vontade deveria ser gritar para o mundo e para ela que tudo ao redor dela era ele, e que lá ele sempre estaria.


Mas para pelo menos um pé cansado da novela, Maneco achou um sapato velho (to rindo da comparação). Catarina, a Kathy (Carolina Dieckmann) foi quem salvou Leozinho da solidão.

Fonte: GShow

A mocinha que mais entra sem bater nos aptos da zona sul carioca conquistou o coração do moço rico da Barra. E seu tema era Fora da lei, na voz de Ed Motta, também sucesso naquele ano.


Outra história interessante da trama era a da mãe de Kathy, Sirléia (maravilhosa, diva, rainha Vera Holtz). Com uma péssima auto estima - pior que a minha, inclusive, rs -, ela vivia desconfiada de que a qualquer hora seu marido a abandonaria, porque ela sentia que era velha para ele.

Fonte: Antenados

Em alguns capítulos, podemos perceber nos diálogos dela com Helena que ela fazia as vontades de Nestor, apenas para não perde-lo. De nada adiantou, ela descobre no meio da trama que ele tem outra família, inclusive um filho. Mudança dos ventos, na voz de Nana Caymmi embalou muito bem a primeira fase da personagem. Nesse trecho podemos ver bem o sentimento de Sirléia em relação a Nestor.

Ah, vem cá, meu menino
Do jeito que imagino
Me tira essa canseira
Me tira essas olheiras


Outra personagem que sofreu perante uma rejeição foi Isabel (Cássia Kiss).

Fonte: Bol

Abandonada por você por Atílio no início da trama, com a justificativa de que ela trabalhava demais, a moça amargou vários capítulos correndo atrás do amado, em vão. Em um capítulos, às vésperas do casamento de Atílio, ela se humilha indo atrás dele e acreditando que poderiam ser amantes. Mas mesmo assim sofre rejeição do ex-mulherengo da trama. Sua canção era uma das minhas favoritas no disco, Bandeira na voz de Zeca Baleiro.


Voltando para o núcleo da vila, os personagens mais densos eram com certeza Márcia (Maria Ceiça) e Wilson (Paulo César Grande).

Fonte: UOL

A trama dos dois envolvia uma forma de preconceito um tanto quanto incomum, mas real. Wilson não queria uma criança da Márcia, por ela ser negra. Em vários momentos da trama ela jogou em sua cara que ele não queria ter um filho que pudesse ser negro, que ele não teria orgulho de apresentar o menino para seus amigos. Ele em diversos momentos não a poupou da possibilidade de perder a criança. A canção tema era Preconceito, na voz de Maria Bethânia.

De que serve sonhar um minuto?
Se a verdade da vida é ruim
Se existe um preconceito muito forte
Separando você de mim


Outro personagem da vila era Magnólia (Elisângela), casada com Oscar (Tonico Pereira) e amante do faz tudo da vila, Genésio (Cigano Igor).

Fonte: BOL

Seu tema era Sempre há saída, na voz de Luiz Carlos. Sim, mores, vocalista do Raça Negra, ou seja, podemos dizer que tinha Raça Negra em Por Amor e tá acabado. Infelizmente não achei essa música no Spotify, por isso não a coloquei na playlist, maaaaaaas claro que eu vou deixar a versão do Youtube aqui para quem quiser conferir.




E claro, pra finalizar, porque já falei demais, temos Quarteto em Cy e MPB4 cantando o tema da abertura. Inclusive uma das melhores aberturas da Rede Globo. Falando de Amor embalava fotos de Regina e Gabriela Duarte ao longo da vida. Acompanhe:


A seguir, veja a capa oficial do disco nacional da trama e a sequência das músicas:


01. SÓ VOCÊ – Fábio Jr. (tema de Nando)
02. SEMPRE HÁ SAIDA – Luiz Carlos (tema de Magnólia)
03. NEM UM DIA – Djavan (tema de Eduarda e Marcelo)
04. PALPITE – Vanessa Rangel (tema de Milena)
05. ENQUANTO ESPERO – João Bosco (tema de Branca)
06. ABRAZAME ASI – Roberto Carlos (tema de Leonardo)
07. FORA DA LEI – Ed Motta (tema de Kathy)
08. PARALELAS – Elba Ramalho (tema de César)
09. FALANDO DE AMOR – Quarteto Em Cy & MPB 4 (tema de abertura)
10. PER AMORE – Zizi Possi (tema de Helena e Atílio)
11. BANDEIRA – Zeca Baleiro (tema de Isabel)
12. PRECONCEITO – Maria Bethânia (tema de Wilson e Márcia)
13. ÀS VEZES NUNCA – Verônica Sabino (tema de Laura)
14. MUDANÇA DOS VENTOS – Nana Caymmi (tema de Sirléia)

Fonte: Teledramaturgia