
A absolvição de Amora veio por meio da doença da irmã, como a surtada Áurea (Mônica Torres) falou certa vez. Depois de ter sido desmascarada em frente a praticamente o elenco inteiro, Amora não viu outra opção senão perdoar o abandono da irmã no passado e se dedicar à ela e aos sobrinhos. Com um olhar quase angelical, a moça passou a cozinhar, a ser altruísta, a contribuir com as finanças da casa ao invés que de comprar sapatos e, por falar nisso, suas roupas também sofreram grandes mudanças. Há boatos que a doação de medula seria o ponto forte da absolvição da vilã Amora, porém isso não acontecerá, no próprio site da emissora há a alegação que a irmã da moça irá morrer, culminando num empecilho para a vilã regenerada; mas eu lhes pergunto: depois de tudo que ela fez, ela merece o perdão fácil assim?
Pois é, mas Amora não foi a primeira na teledramaturgia a mudar o visual e o comportamento e se tornar uma boa moça, depois de ter passado praticamente sete meses arruinando a vida de toda a novela. Dentro da própria trama, existe o caso de Fabinho (Humberto Carrão), que humilhou a todos quando descobriu que podia ser herdeiro de Plínio Campana (Herson Capri). Eis que um exame de DNA trocado mudou toda a história e ele se tornou bom moço, sendo inclusive o "humilhadinho" da vez. E isso se repetiu em muitas outras novelas (principalmente do horário das sete), como na fracassada Tempos Modernos com a vilã - que não convenceu - Deodora (Grazi Massafera), ou na mais bem sucedida Beleza Pura, onde o cirurgião plástico Renato (Humberto Martins) tinha tudo pra criar planos maquiavélicos com a
Mas caros leitores, esse recurso não é digno apenas de novelas das 19 horas, deu muito certo em tramas das 20 horas, como em Torre de Babel, em que Clementino (Tony Ramos) chegou causando furor, querendo se vingar do dono do shopping por sua prisão, mas conforme a trama foi se desenvolvendo, ele foi se tornando um homem menos amargo e rancoroso. Agora, o maior regenerado das nove vai para Marconi Ferraço (Dalton Vigh), de Duas Caras. Aguinaldo também usou do recurso de mocinho-vilão e até que deu certo, ele causou raiva e ao mesmo tempo comoção do público, tanto que no final, muitos torciam para que ele ficasse com a mocinha (vingada) Maria Paula (Marjorie Estiano).
Bom, eu lhes digo que peguei tamanha birra de Amora na novela das sete, que talvez esse fator esteja me cegando na hora de julgá-la, mas creio que muitos leitores concordem comigo. Afinal, depois de botar fogo na ONG da Malu, de trocar exames de DNA, entre outras armações, porque uma simples dedicação à irmã faria com ela fosse canonizada na novela?!