Um bom lugar para encontrar: Copacabana


Hoje volto com o clássico Replay, onde relembramos clássicos da teledramaturgia. Porém, fiz uma leve mudança, agora às quartas serão lançadas curiosidades das novelas escolhidas e na sexta postarei a história propriamente dita. Vamos começar hoje relembrando as curiosidades dessa trama desenvolvida pelas mãos da dupla Gilberto Braga e Ricardo Linhares.

A novela foi exibida de 05/03/2007 até 28/09/2007, ou seja completa 10 de sua transmissão esse ano, e pra mim, em especial foi muito marcante, porque me lembra meu pai, que adorava.

Entra e sai


Fonte das imagens: Memória Globo

Para quem não se recorda (e como disse, lembraremos toda a trama na sexta), a novela se apoiava em um dos maiores clichês da dramaturgia mundial, a gêmea boa e a gêmea má. A história de Paula e Taís estava sendo escrita para ser vivida por Cláudia Abreu, porém diante de sua gravidez ela teve de deixar as gravações abrindo a vaga para um novo nome. Dentro os cogitados estava o de Alessandra Negrini. Gilberto Braga disse:

Sobre a escalação de Alessandra Negrini para viver as gêmeas da novela, Gilberto Braga comentou para André Bernardo e Cíntia Lopes no livro “A Seguir Cenas do Próximo Capítulo”:
“A princípio, eu queria Cláudia Abreu para o papel das gêmeas, mas ela engravidou. A Alessandra Negrini é competente, mas não tem o carisma da Cacacu.”(Fonte: Teledramaturgia)

E realmente, na época Alessandra até se deu bem para viver a gêmea má, mas as críticas não foram das melhores quanto à sua atuação no papel de Paula, a gêmea sonsa boa. E por falar em substituição, Paraíso Tropical causou nesse sentido, o que mais teve foi troca de ator. A personagem Marion Novaes, vivida por Vera Holtz havia sido escrita para Joana Fomm, que inclusive chegou a gravar algumas cenas. Porém, em decorrência de um problema de saúde, ela teve que se afastar. Outro que não era pra ter sido foi Wagner Moura, que brilhou no papel do vilão Olavo. Segundo nota do próprio Gilberto Braga, o papel havia sido pensado para Selton Mello, que preferiu o cinema. E seu par também deveria ser outro, a prostituta Bebel deveria ser interpretada por Mariana Ximenes, que recusou o papel por estar emendado muitos trabalhos.

Uma noite de "catiguria" em Copacabana


Tudo na trama girava em torno do bairro da zona sul carioca. Inclusive o (então) submundo da prostituição, que era um dos pilares da novela. Na época, ainda tido como um tabu, essas tramas foram responsáveis por elogios e críticas à novela. Segundo informações, Paraíso entrou no ranking "Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania" (Fonte: Wikipédia), por conta das várias cenas de sexo e violência. 
Maaaaas, a mesma trama paralela que recebeu críticas foi dona de vários elogios e agradou a muitos telespectadores. E o porquê se resume a um mero apelido: Bebel. A garota de programa vivida por Camila Pitanga foi a queridinha da trama e fez do vilão Olavo um personagem alvo de torcidas. Camila fez tão bem o papel que surpreendeu o próprio Gilberto ou de certa forma mudou o rumo da sua personagem. Quando ela entrou no lugar de Mariana Ximenes, Gilberto disse que acreditava na capacidade de Camila, mas achava que ela não faria bem uma personagem tão má. Todavia, Camila simplesmente 'lacrou' ao dar vida à Bebel, com direito a bordões e cenas épicas, como a do casamento primaveril em pleno outono. (risos)


Elas voltaram

Daisy Lucidi e Reneé de Vielmond, duas atrizes de renomes que estavam sumidas da TV voltaram em Paraíso Tropical. Daisy ainda teria seu ápice da atualidade alguns anos depois, quando viver em Passione a inescrupulosa avó da vilã Clara (Mariana Ximenes). Reneé de Vielmond no entanto não voltou mais às telas da TV após encarnar a esposa traída, Ana Luisa. Seu convite seria para atuar apenas nos primeiros 60 capítulos, diante do tamanho sucesso da personagem, os autores a chamaram para voltar à novela.



Mulheres de Areia em um Paraíso Tropical?

Pois é, não bastasse a semelhança com a história de Ivani Ribeiro, a trama de Paula e Taís seguiu o mesmo ritmo da história de Ruth e Raquel. Ambas passaram por um acidente no meio da trama, do qual uma das gêmeas voltando fingindo ser a que "morreu". Sendo assim, tanto Alessandra Negrini quanto Glória Pires tiveram de encarnar quatro personagens, cada. Paula, Taís, Paula fingido ser Taís e Taís fingindo ser Paula. Faltou só um Tonho da Lua, hein Gilberto?!

A Abertura

O início da abertura mostra um local que se assemelha a uma ilha deserta e ao passo que a câmera percorre, notamos que se trata do bairro de Copacabana. Hoje em dia, com a facilidade dos drones, diria que essa abertura não seria digna de nenhuma inovação e digo mais, seria de uma facilidade tremenda. Mas na época, a Rede Globo usou um helicóptero para captar as várias imagens do bairro, ideia essa sugerida pelo próprio Gilberto Braga, segundo consta no Memória Globo. Acompanhe a abertura:



Trilha Sonora

A trilha foi um show a parte, na minha opinião. Aliás, eu sempre amo as trilhas sonoras de novelas do Gilberto Braga. São na minha opinião as melhores, juntamente com as de Manoel Carlos. Tivemos grandes sucessos nacionais inéditos como Carvão, Cabide e Espatódea. E clássicos originais ou regravados como Olha, Eu preciso dizer que te amo, Impossível acreditar que perdi você. A trilha internacional também não deixou nada a desejar e várias canções foram sucesso naquele ano, como as inéditas You give me something e Last request (Que eu amor loucamente). E também regravações famosas como a dramática Without you e a atemporal Have you ever seen the rain. Confira as duas trilhas no nosso perfil do Spotify. Algumas canções não são as originais da trama, porque não constavam no app, mas assim que colocarem eu atualizo as playlists. 

Trilha Nacional


Trilha internacional