Dia do Funcionário Público: Os Aspones


Hoje é o dia do funcionário público, e como esse é um mal que pode acontecer em toda família - inclusive comigo -, vamos homenageá-los relembrando uma série que através de sátira representou bem o funcionamento público de um departamento em Brasília: Os Aspones. Escrito por Alexandre Machado e Fernanda Young, a série foi apresentada às sextas-feiras e teve direção de José Alvarenga Jr. 
A princípio, existem apenas três funcionários dentro da repartição FMDO - Fichário Ministerial de Documentos Obrigatórios. Caio (Pedro Paulo Rangel) é o mais velho do departamento, ele trabalhava na Casa da Moeda e depois da transferência foi parar no FMDO. Com o tempo aceitou sua atual situação num lugar onde não há nada para ser feito. É hipocondríaco e vive com crises de depressão. 


Moira (Drica Moraes) é aquela funcionária que tenta agradar a todos da repartição, mesmo que isso a prejudique um pouco. Ela tem uma baixa auto-estima e vive sonhando com um príncipe encantado. 


Anete (Marisa Orth) é a mau humorada da vez, já que depois de dois divórcios se sente mal amada. Entrou para o serviço público em busca de estabilidade financeira, que realmente conseguiu, porém em um emprego sem grandes oportunidades. Ela é a chefe do departamento, até a chegada do mais novo funcionário, que irá ocupar seu lugar. 


Tales (Selton Melo) entra com mãos de ferro na repartição, com o intuito de fazer todos saírem do "bem-bom" e colocarem as mãos na massa. Porém, não há nada para ser feito, já que com o tempo o FMDO foi perdendo o sentido. Tales chega acompanhado da estagiária Leda (Andréa Beltrão). Ela acredita que pode "consertar" as pessoas e muitas vezes, é a pessoa mais discreta do recinto. Tem um caso com Tales e por isso acaba não combinando bem com Anete, que também sente-se atraída pelo atual chefe. Entre uma briga e outra, os dois acabam se "atracando" pelos corredores da repartição. 


A partir do terceiro episódio, que recebeu o nome de "O Grande Dia", a repartição volta a ter utilidade pública. A primeira "vítima" é Rogério (Daniel Dantas), que vive sendo imprudente no trânsito. O chamado de comparecimento vem acompanhando de uma carta exigindo urgência. Anete acredita que o terror psicológico seja a melhor forma de resolver problemas desse tipo. Este é apenas o primeiro caso do novo formato de escritório público, o Falar Mal Dos Outros. Eles passam a perseguir os brasileiros que, assim como Rogério, cometem pequenas falhas, inclusive pessoas que jogam chiclete na rua. 
O personagem Tales tinha seus "pensamentos filosóficos" embalados pelas canções de Osvaldo Montenegro. O cantor gostou tanto que enviou um DVD seu para os autores se "inspirarem" mais na criação do personagem. Um dos grandes momentos da série foi com relação aos memorandos cifrados, que acabava sendo interpretado mal pelos funcionários. Um exemplo foi a PAL. SÓB. SEXUAL. LOCA. FIC. AGORA (Palestra sobre sexualidade. Local: Fichário. Agora). 
A série recebeu altas críticas dos servidores públicos, que se sentiram humilhados com a série. Em um dos episódios, um servidor do FMDO pergunto ao colega: _Você comeria em uma lanchonete onde os funcionários são efetivos? A questão foi um ponto forte na "auto-estima" dos funcionários que conseguem tal estabilidade empregatícia.